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Messi pé-quente

Argentina joga mal e leva sufoco do Irã, mas atacante classifica país com um chute de fora da área aos 45 minutos do 2º tempo

ALEX SABINO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE

Por 90 minutos, a Argentina flertou com a zebra. Carlos Queiroz, técnico do Irã, montou uma defesa quase inexpugnável. Quase. Quando o 0 a 0 parecia certo, Lionel Messi apareceu. Em um lance, decidiu a partida.

A vitória por 1 a 0 classificou a seleção de Alejandro Sabella para as oitavas de final. Empate contra a Nigéria na próxima quarta (25), em Porto Alegre, garante o primeiro lugar do Grupo F.

Em dois jogos, Messi tem só dois chutes em direção ao gol. Ambos decisivos.

A Argentina não criou nenhuma grande chance nos primeiros 45 minutos. Nada que justificasse o apoio de mais de 30 mil dos seus torcedores no Mineirão.

O melhor momento veio em cabeçada do zagueiro Garay após escanteio. O Irã fez ainda melhor. Hosseini quase abriu o placar, também de cabeça, aos 41 min.

Messi começou aberto pela direita, depois trocou de posição. Mesmo nos momentos mais difíceis, a torcida cantava. Pedia "huevos" (uma forma pesada de exigir raça dos jogadores) e tentava empurrar a equipe para o ataque.

Cada vez que o Irã ameaçava um ataque ou passava do meio-campo, os brasileiros engrossavam a pequena torcida asiática. E irritavam os argentinos, o que resultou em focos de confusão no estádio.

"É difícil jogar contra uma seleção assim, que se defende com 11. Mas é isso que vamos encontrar daqui para a frente", reconheceu Messi.

Esperava-se que Sabella melhorasse o time no intervalo. Mas voltou pior. Disperso, errando passes e se recusando a chutar de fora da área, não levava perigo. O Irã, sim.

Dejagah obrigou Romero a fazer grande defesa e depois sofreu pênalti não marcado pelo árbitro. O reserva Jahan Bakhsh saiu na cara do gol, mas não conseguiu superar o goleiro adversário.

A cada minuto, os iranianos pareciam mais confiantes. A torcida argentina murchou. A brasileira se sentiu mais confiante para cantar.

Ameaçado pela zebra, Sabella colocou Palacio e Lavezzi, dois atacantes, no momento em que o público não argentino mais xingava Messi.

Parecia que nada dava certo. Em várias jogadas, Di María ou Zabaleta cruzavam na área e a seleção tinha só Palacio na área, ante sete rivais. Não havia como dar certo.

O 21 de junho é a data do maior resultado da história do futebol do Irã: a vitória sobre os EUA, na Copa de 1998. O time de Queiroz estava prestes a conseguir algo ainda mais histórico. Parar Messi.

Foi quando o camisa 10 recebeu uma rara bola perto da área. Em uma seleção que não arrisca chutes de longe, resolveu tentar. Os argentinos ficaram em silêncio, como se o tempo tivesse parado.

Quando a bola encontrou a rede, aos 45 minutos, foi como de tivesse ocorrido uma explosão no estádio.

"Foi uma loucura. Por sorte, conseguimos ganhar para eles [os torcedores]. Antes do jogo, quando o ônibus chegou e depois do gol, receber o carinho dessa gente é muito especial. Foi uma festa linda", completou o artilheiro.

Quinze minutos depois de os atletas terem saído do campo, os argentinos continuavam nas cadeiras, gritando o nome do ídolo e cantando uma música que dizia: "Brasil, me diga como se sente...".


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