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Mordido

Suspenso por quatro meses de todas as atividades ligadas ao futebol, Suárez está fora da Copa após morder italiano; federação de seu país promete recorrer

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL AO RIO MARCEL MERGUIZO ENVIADO ESPECIAL A NATAL

Eram 15h15 desta quinta (26) quando uma van tirou Luis Suárez do hotel onde o Uruguai estava, em Natal.

O atacante, em quem a Celeste depositava suas esperanças de vencer um novo mundial no Brasil, foi suspenso pela Fifa e está fora da Copa.

Ele não poderá participar das próximas nove partidas do Uruguai em competições oficiais nem treinar com seus companheiros ou ir ao estádio vê-los jogar. O período deve durar pelo menos um ano.

E, nos próximos quatro meses, todas essas restrições valerão também para sua carreira em clubes.

A mordida no ombro do zagueiro Chiellini, na vitória por 1 a 0 sobre a Itália, na terça (24), que classificou os uruguaios para as oitavas e eliminou a Azzurra, recebeu punição exemplar da Fifa.

Essa foi a segunda maior pena dada pelo comitê disciplinar por uma agressão em 20 edições da Copa do Mundo. E a maior quando a agressão foi contra um jogador.

Em 1986, o iraquiano Samir Shaker levou um ano de suspensão por cuspir no árbitro que apitou a partida de seu país contra a Bélgica.

Como comparação, o italiano Mauro Tassotti recebeu oito jogos de gancho por uma cotovelada no rosto do espanhol Luis Enrique, hoje treinador do Barcelona, em 1994.

Punido pela terceira vez por uma mordida, Suárez só poderá voltar à Celeste na decisão da Copa América do próximo ano. Mas, se o Uruguai perder a partida de sábado, ele será desfalque até a quinta rodada das eliminatórias da Copa de 2018.

Ficando no Liverpool ou indo para o Barcelona, como a imprensa espanhola especula, o atacante só irá estrear na próxima temporada europeia no fim de outubro, com as competições nacionais em seu segundo mês.

A federação uruguaia promete recorrer e irá acionar até a CAS (Corte Arbitral do Esporte) para tentar reduzir a pena ou conseguir um efeito suspensivo para que ele possa jogar a Copa. O advogado Alejandro Balbi viajou à Espanha para articular a defesa --as alegações são que "não há provas" da mordida e que a punição foi desproporcional.

A Fifa não costuma aplicar punições longas de "suspensão de todas as atividades do futebol" a jogadores por agressões, só em casos de corrupção, como participação em armação de resultados.

Suárez recebeu uma pena atípica. Teve sua credencial retirada, precisou deixar o hotel e voou para Montevidéu após ser consolado pelos companheiros. Pelos próximos quatro meses, sua rotina não será a de um jogador.

LÁGRIMAS NOS OLHOS

Na noite desta quinta, a seleção uruguaia chegou ao Rio e foi saudada no hotel por cerca de 20 torcedores.

Os jogadores não falaram com os jornalistas nem acenaram para a torcida. O dirigente da federação uruguaia Ernesto Dehl foi o único que falou rapidamente. Segundo ele, Suárez deixou o país com "lágrimas nos olhos".

Na noite de quinta, vários torcedores esperavam o jogador no aeroporto de Montevidéu. Segundo o "El Observador", o presidente José Mujica foi recebê-lo, mas deixou o local após atraso do voo.


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