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Opinião

Suárez foi à fogueira como uma Joana D'Arc do século 21

A sanção caiu sobre o Uruguai como um balde de água fria, machucou forte, e é preciso perguntar por quê

JOSÉ MASTRANDEA ESPECIAL PARA A FOLHA

Ninguém no Uruguai tem dúvida de que Luis Suárez se equivocou, mas as pessoas tampouco têm dúvida de que essa sanção da Fifa é produto de uma perseguição sem fim iniciada pelos ingleses.

Suárez é o Maradona de 2014. Como Diego, em 1990, o uruguaio passou a ser o inimigo número um da Inglaterra, da mesma forma que Maradona havia se tornado o inimigo da Itália.

Ídolos irmanados no amor à camisa, na paixão pela bola, no entusiasmo quase amador que exibem ao vestir a camisa da seleção.

Agora foi a vez de Suárez. Castigado por nove partidas, suspenso por quatro meses, expulso da delegação e do Mundial.

Como se fosse um criminoso. E não é. É só um futebolista, com virtudes e defeitos, caráter forte, um temperamento aguerrido, nada mais.

A sanção caiu sobre o Uruguai como um balde de água fria, machucou forte, e é preciso perguntar por quê.

Será que os membros da Comissão Disciplinar da Fifa são os mesmos que premiaram Zinedine Zidane depois daquela inesquecível cabeçada no peito de Materazzi? Pois o francês foi o melhor da Copa e não recebeu outra sanção além do cartão vermelho.

O caso de Suárez teve tratamento especial pela mídia.

No Brasil, houve uma verdadeira "caça às bruxas". Programas inteiros dedicados ao incidente. Todos falaram. Suárez foi julgado; pediram sua cabeça. Mandaram-no para a fogueira, como uma Joana d'Arc do século 21.

No Uruguai, as redes sociais se movimentaram em apoio ao jogador, divulgando incidentes da Copa que não foram tratados da mesma maneira. E surgiram até apelos para que a seleção abandonasse a Copa.

Sepp Blatter, Eugenio Figueredo (presidente da Conmebol) e Julio Grondona (vice-presidente sênior da Fifa) tornaram-se inimigos públicos para os uruguaios. Os 3 milhões de uruguaios clamam por justiça, tratamento igualitário, por uma Fifa mais sensata e equitativa.

A sanção a Suárez comoveu todo o país e até obrigou o presidente José Mujica a se pronunciar sobre o tema.

Suárez, como Maradona, virou mais um mártir da Fifa. Uma Joana d'Arc do século 21.


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