Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

EUA em euforia

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Mesmo com a classificação para as oitavas vindo com derrota para a Alemanha, o grito de guerra da torcida americana após o jogo desta quinta (26) seguiu o mesmo: "I believe that we will win [Eu acredito que vamos vencer]".

Em Nova York, a festa saiu de um dos pubs que abrigaram torcedores, na rua 33, e um grupo de 50 pessoas ganhou o bairro, fechando duas das três faixas. A reação de parte dos motoristas foi buzinar --mas no ritmo da música, comemorando junto.

Muitos pararam os carros para tirar fotos e filmar, às 14h de uma quinta. Toda essa festa, por uma partida de futebol, é mesmo novidade por aqui.

"É impressionante, eu nunca vi nada assim aqui nos EUA. Com futebol, não", disse o irlandês Enda Keenan, dono do pub Jack Demsey's, que uma hora e meia antes do jogo já estava com a lotação de 800 pessoas esgotada.

"Nem quando teve a Copa aqui nos EUA me lembro de ter sido toda essa animação", afirma a administradora americana Ivonne Rojas, que tinha 12 anos em 1994.

Em outras cidades, a torcida nas ruas foi ainda maior. Em Chicago, 18 mil se reuniram no Grant Park para assistir ao jogo em dois telões, segundo o "Chicago Tribune".

Em Washington, centenas de torcedores se juntaram no Dupont Circle.

A euforia das ruas é refletida nos números: o jogo de domingo (22), contra Portugal, foi visto por 25 milhões, a maior audiência para uma partida de futebol na história norte-americana. O número superou até o da final da liga de basquete, a NBA, que teve 15,5 milhões de espectadores.

No jogo desta quinta, a expectativa é que tenham sido mais de 30 milhões (os dados não estavam consolidados até a conclusão desta edição).

"É bonito ver que as pessoas nos conhecem e que o futebol está crescendo nos EUA. Sempre é bom ter respostas das pessoas em seu país e poder dar algo em troca para eles", declarou o meia Jermaine Jones, após a classificação.

PAIXÃO DESPERTADA

Nos últimos sete dias, a hashtag #LetsDoThis (vamos fazer isso), bordão do time americano, foi usada quase 276 mil vezes no Twitter.

A pergunta a que todos tentam responder é o que fez o país do futebol americano se apaixonar pelo "soccer".

Há teorias: o aumento no país da população hispânica, tradicionalmente mais ligada ao esporte; o fortalecimento das ligas regionais; e o maior contato com o futebol por meio das redes sociais.

Para torcedores ouvidos pela Folha, a resposta, no entanto, foi: o alemão Jürgen Klinsmann, técnico da seleção desde junho de 2011.

"Ele sacudiu o time, tem feito um trabalho incrível", opina o ator Collin Black, 29, fã de beisebol que começou a se interessar pelo futebol nos últimos dois anos.

Ao afeto da torcida o treinador respondeu com um "atestado" virtual para que os americanos fossem liberados nesta quinta de seus trabalhos. Em sua conta oficial, no Twitter, Klinsmann publicou o atestado, com sua assinatura, a ser preenchido com o nome do torcedor e entregue ao chefe.

"Eu entendo que essa ausência pode reduzir a produtividade de seu setor, mas eu posso assegurar que é por uma causa importante", afirma texto. A brincadeira foi retuitada mais de 20 mil vezes.

Na segunda, após o empate com Portugal, torcedores já haviam tentado criar um feriado nacional, por meio de abaixo-assinado no site da Casa Branca.

O grupo conseguiu 4.000 assinaturas, mas eram necessárias 100 mil para receber a atenção da Presidência.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página