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Filho de vice da Fifa revendeu ingressos

Humberto Mario é filho de Julio Grondona, presidente da federação argentina, e diz que agiu de 'boa-fé'

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O filho mais velho de Julio Grondona, presidente da AFA (Associação de Futebol da Argentina) e vice da Fifa, admitiu ter revendido ingressos da Copa, o que é ilegal.

Uma entrada com o nome de Humberto Mario Grondona, 54, que também é técnico do sub-20 da Argentina, está entre os mais de cem bilhetes apreendidos na Operação Jules Rimet.

Na terça (1º), a polícia do Rio prendeu 11 pessoas envolvidas com um esquema de cambismo de entradas do Mundial que lucrou, pelo menos, R$ 1 milhão por jogo.

"Sou instrutor da Fifa e tenho quatro entradas para o primeiro jogo, quatro para o segundo, quatro para o terceiro, quatro para as oitavas, quatro para as quartas, duas para as semifinais e duas para a final e comprei todas por mais de US$ 9.000", disse o filho do dirigente, em entrevista à rede de TV TycSports.

"Tenho um amigo, muito conhecido na Argentina, que queria vir e vendi a ele alguns ingressos. Ele, por sua vez, deu ingressos a outro amigo. Agora, o que fizeram com as entradas, eu não sei."

O filho de Grondona disse ter "atuado de boa-fé" e negou participação no esquema, mas se recusou a dar o nome do amigo.

Na noite de quinta, a Fifa prometia rastrear a origem dos ingressos que faziam parte do esquema. Nesta sexta (4), a entidade verificou as entradas apreendidas e comprovou que eram verdadeiras, de acordo com o delegado Fabio Barucke.

Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, o esquema envolve ingressos que são dados pela Fifa a todas as federações: são 700 ingressos por partida para as comissões técnicas, familiares e dirigentes das seleções envolvidas, o que inclui a AFA. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) recebeu 30 mil bilhetes por ser o Brasil o país-sede.

O esquema também usava ingressos que operários de arenas ganharam das construtoras, parte da cota destinada para deficientes e ingressos da Match Services --única autorizada pela Fifa a vender ingressos de camarotes.

Segundo as investigações, a quadrilha comercializou ingressos para todos os jogos até as oitavas.

Delia Fischer, porta-voz da Fifa, disse que a entidade punirá quem tiver infringido leis.

Entre os envolvidos está o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana. Para o delegado, ele seria o contato com a Fifa para a obtenção de ingressos. Segundo o promotor Marcos Kac, o envolvido da entidade é um "graúdo".

"A Fifa gostaria de confirmar que Fofana nunca foi credenciado para a Copa do Mundo e não teve acesso a nenhum carro oficial", adicionou o diretor de marketing, Thierry Weil.

O advogado de Fofana, Alexandre Corrêa, afirmou que a prisão é arbitrária e que seu cliente nega as acusações.

Procurada pela reportagem, a AFA disse desconhecer qualquer esquema de desvio de ingressos da Copa.


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