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Mãos na semi

QUARTAS Chamado de 'mão de manteiga', goleiro argentino Romero cresce e vira trunfo por vaga

ALEX SABINO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA

O verbete de Sergio Romero na enciclopédia virtual Wikipedia foi invadido em 2013.

Os hackers adicionaram um texto em que o goleiro era chamado de "mãos de manteiga". "É desconhecido o lugar onde estão suas mãos, já que [ele] joga sem elas", foi outro trecho acrescentado.

Criticado em seu próprio país, Romero é um dos melhores da Argentina na Copa.

Ele se tornou a liderança de uma zaga considerada o ponto fraco da seleção. Contra Bósnia, Irã e Suíça fez defesas que garantiram bons resultados para a equipe.

Seu protagonismo deve ser maior neste sábado (5) do que em outras partidas no Mundial. Pelas quartas de final, o rival será a Bélgica, em Brasília. Nas oitavas, perante os EUA, os belgas chutaram mais de 30 vezes ao gol.

"Não há como dizer que estou tenso. Não vou ficar nervoso porque todo atleta de futebol do mundo quer estar no Mundial. As críticas nunca me abalaram muito e não vão me abalar agora", afirma.

Romero é o mais cobrado de uma geração de goleiros argentinos que não despertam confiança. Contratado pelo Monaco, passou a última temporada na reserva. Entrava só esporadicamente.

Mas o técnico Alejandro Sabella lhe é grato. Em todas as vezes que precisou, foi atendido. Em 2011, por exemplo, a Sampdoria estava no meio da briga para voltar à elite italiana. O goleiro largou o clube que lhe pagava salários e se apresentou à seleção para amistosos de pouca importância, ante EUA e Brasil.

"Eu tinha de mostrar que estava com vontade. Fui cara de pau mesmo", diz. E foi.

Por isso, técnicos se mantêm fiéis a ele. Maradona, Sergio Batista e Sabella não abriram mão de escalá-lo.

Romero será chave para a Argentina superar um jejum.

Desde 1990, na Itália, a seleção não chega às semifinais da Copa. Caiu nas quartas de final em 1998, 2006 e 2010.

"Se não ganharmos [da Bélgica], terá sido um fracasso", reconhece Sabella.

"Chiquito é nosso jogador de confiança. Está sendo um gigante", diz Mascherano.

Em espanhol, chiquito significa pequenino. Apelido estranho para Romero, que mede 1,92 m. Mas todos o chamam assim. Companheiros, técnicos e imprensa. É uma brincadeira com o fato de ter irmãos jogadores de basquete. Todos mais altos que ele.

"Por que eu ficaria irritado com o que dizem sobre mim? Sou um cara feliz. Tenho uma família linda. Estou jogando a Copa pelo meu país. Então, me responda: por que vou me irritar?", questiona Romero.

RIVALIDADE

Argentina e Bélgica jogaram até hoje quatro vezes: foram três vitórias para os argentinos e uma para os belgas. O principal encontro ocorreu no Mundial de 1986, no México, pela semifinal.

Com dois gols de Maradona, a Argentina avançou rumo ao título --que conquistaria em seguida, contra a Alemanha. Os belgas terminaram na quarta posição, sua melhor na história das Copas.

Na primeira fase em 1982, houve outro jogo em Copa, mas com triunfo belga (1 a 0).


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