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Corra, Robben, corra

QUARTAS Maior nome do time holandês, Robben usa dor do vice em 2010 para se motivar

ITALO NOGUEIRA ROBERTO DIAS ENVIADOS ESPECIAIS A SALVADOR

Aconteceu aos 17 minutos do segundo tempo da última final de Copa. A boca aberta e as mãos na cabeça denotavam a incredulidade de quem esteve sozinho diante do gol e chutou mal. Eram a consagração de uma das máximas do futebol --quem não faz toma--, só que elevada à potência do evento --quem não faz perde o título mundial.

"Ainda dói", diz Arjen Robben sobre a derrota para a Espanha em 2010. É essa dor que acelera as arrancadas do maior nome da Holanda, que joga neste sábado (5) contra a Costa Rica, em Salvador.

Aquela decepção foi o começo de uma ladeira difícil para Robben. Dois anos depois, teve a chance de ganhar a Liga dos Campeões na cidade onde vive --o Bayern de Munique jogava em casa contra o Chelsea. Mas perdeu um pênalti na prorrogação e novamente foi vice. Mais algumas semanas e novo tombo, desta vez com a Holanda na Eurocopa, numa campanha de três jogos e três derrotas.

A essa altura, o atacante era vaiado até pelos fãs do Bayern. Seus erros eram prato cheio para as críticas. Para Franz Beckenbauer, maior ídolo do clube em que joga Robben, ele demonstrava egoísmo ao não agradecer os passes dos companheiros.

José Mourinho, que o dirigiu no Chelsea, qualificava-o de fracote, dadas as seguidas lesões. A revista alemã "Der Spiegel" tascou-lhe um "diva" e atirou: "O Bayern queria desesperadamente uma estrela mundial, mas tudo o que conseguiu foi Robben".

O Bayern já era uma espécie de plano D em sua carreira. Robben tinha jogado em três outros grandes clubes: PSV, Chelsea e Real Madrid --deste, saiu pelos fundos.

Foi no Bayern que a virada começou. No ano passado, finalmente ganhou a Liga dos Campeões e o título mundial. E preparou-se para uma Copa na qual tem sido, segundo muitos, o melhor jogador.

"Fisicamente, me sinto muito bem. Tenho estado em forma por um período muito longo e consegui manter isso na Copa", diz o atacante holandês, que tem 30 anos.

Mas nem esse pique o protege de mais críticas. A fama de cai-cai que tinha há muito tempo viralizou nas redes sociais depois da última partida, com o México. Ele admitiu que havia tentado, sem sucesso, simular uma falta.

Robben é o tipo de jogador que se programou para brilhar. A técnica que lhe permite "driblar qualquer um a qualquer momento", como define um de de seus companheiros, foi talhada.

Metodologia com nome: Wiel Coerver, vulgo "Einstein do futebol", um holandês que difundiu rotinas de exercícios para aprimorar fundamentos do futebol. Em resumo, sua teoria é que a habilidade não está condicionada a passar a infância num campinho de várzea no Brasil; ela pode ser produzida pela repetição.

A Costa Rica diz que tem como pará-lo. "Podemos fazer marcação dobrada, evitar que a bola chegue nele e impedir as arrancadas", afirma o técnico Jorge Pinto.


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