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Diretor ligado à Fifa deixa posto na Copa

Ray Whelan foi preso sob suspeita de integrar máfia de cambistas; polícia indiciou 12 no caso

RAFAEL REIS ENVIADO ESPECIAL AO RIO MARCO ANTÔNIO MARTINS DO RIO

Suspeito de liderar uma quadrilha de comércio ilegal de ingressos da Copa do Mundo no Brasil, Ray Whelan se afastou, ao menos parcialmente, de suas atividades na empresa que detém a exclusividade na venda de entradas VIP para o torneio.

Diretor-executivo da Match Services, o britânico gerencia o braço de acomodações do grupo Match e trabalha no credenciamento de hotéis oficiais nos torneios da Fifa.

A ideia de afastamento de Whelan do cargo partiu da Fifa, que está preocupada com os danos de imagem provocados pelo escândalo.

Nesta quarta-feira (9), a Match informou que Whelan "entregou voluntariamente sua credencial para a Copa do Mundo da Fifa no Brasil".

O executivo foi preso na segunda (7) e solto horas depois após conseguir habeas corpus e pagar R$ 5.000 de fiança. Na ocasião da soltura, a Match informou que ele continuaria atuando "nas áreas operacionais de nossa responsabilidade para realizar uma Copa bem-sucedida".

Desde a prisão de Whelan, a Fifa vinha afirmando que o britânico é funcionário da Match Services e que qualquer decisão sobre o futuro dele caberia à companhia.

Mas a repercussão negativa do caso fez a Fifa aumentar a pressão pelo afastamento. A entidade tem evitado criticar Whelan e a Match. Diz que é preciso esperar o fim das investigações e que irá punir eventuais envolvidos.

INVESTIGAÇÃO

O britânico foi indiciado nesta quarta (9) sob suspeita de associação criminosa e facilitação do cambismo.

A Polícia Civil do Rio diz que o grupo liderado por Whelan desviava ingressos dos pacotes de hospitalidade e de federações nacionais de futebol, como a CBF, além de entradas individuais ou adquiridas de operários dos estádios do Mundial.

Em centenas de conversas telefônicas interceptadas com autorização judicial, Whelan aparece em negociações de ingressos com Lamine Fofana, que seria o principal operador do esquema.

A Match, firma dirigida pelos mexicanos Jaime e Enrique Byrom, cunhados de Whelan, tem exclusividade na venda de pacotes VIP da Copa, do Mundial feminino e da Copa das Confederações.

A empresa fica em Zurique, cidade-base da Fifa, e seus donos são presença frequente na sede da entidade.

INDICIAMENTO

A Polícia Civil do Rio encerrou a primeira fase da apuração e nesta quarta (9) indiciou 12 pessoas sob suspeita de participação na quadrilha de comércio ilegal de entradas que teria a ajuda da Match.

Entre os suspeitos, 11 foram indiciados sob acusação de cambismo, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Apenas Whelan não foi implicado por lavagem.

Agora, o promotor Marcos Kac, que atua no caso, tem cinco dias para decidir se denuncia (acusa formalmente à Justiça) os 12 indiciados, se pede mais apurações ou o arquivamento do caso.

Membros da suposta quadrilha foram presos no último dia 1º, após três meses de investigação da Polícia Civil e Ministério Público do Rio.

De acordo com policiais, o grupo pretendia arrecadar até R$ 200 milhões até o fim da Copa e atuava ao menos desde o Mundial de 1998.

Para a final, um ingresso estava sendo oferecido R$ 35 mil. De acordo com as investigações, o grupo faturava até R$ 1 milhão por jogo.

Mais de cem bilhetes foram apreendidos com os presos na semana passada. As entradas eram de cotas cedidas pela Fifa a patrocinadores e delegações de seleções.


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