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Na entrega da taça, Dilma volta a ser vaiada e xingada

Apesar das críticas dentro dos estádios, a avaliação do governo é que a presidente inicia bem a corrida eleitoral após o torneio

DO ENVIADO AO RIO DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff foi xingada e vaiada novamente em um jogo da Copa. No Maracanã, ao entregar a taça ao capitão Lahm, da Alemanha, e aparecer nos telões da arena, a petista foi hostilizada aos gritos de "Ei, Dilma, vai tomar no c...".

Sob xingamentos, a presidente teve participação curta na cerimônia. Ela segurou o troféu por menos de quatro segundos antes de entregá-lo a Lahm, o que fez com que sua imagem saísse dos telões.

Dilma já havia sido xingada antes, aos 18 min do segundo tempo, mas gritos foram abafados por vaias --alcançaram 88 decibéis, segundo medição feita pela Folha.

Já na entrega da taça os apupos tomaram conta da arena. Dilma foi vaiada por três vezes durante a entrega do troféu e das premiações aos melhores da Copa --os gritos ficaram entre 98 e 102,6 decibéis.

Foi a segunda vez que Dilma esteve em jogo da Copa no Brasil e a segunda que foi hostilizada. Na abertura em São Paulo, no Itaquerão, ela foi xingada quatro vezes.

A presidente não assistiu a festa de encerramento do Mundial, que começou antes da final, às 14h20. Chefes de Estado que haviam almoçado com ela antes no Palácio Guanabara, como o russo Vladimir Putin e a alemã Angela Merkel, estavam lá.

Dilma se sentou na tribuna de honra do Maracanã momentos antes de o jogo começar, evitando exposição.

Logo que o juiz apitou o intervalo, a presidente levantou de seu assento e foi para a área interna do Maracanã. Ela só voltou à tribuna quando o segundo tempo já tinha começado, com 3 min.

CAMPANHA

Encerrado o Mundial, as cúpulas da campanha e do governo Dilma vão explorar o "legado" da "Copa das Copas". Consideram que as vaias no início e no final do evento estavam relacionadas ao preço dos ingressos e que o vexame da seleção pode ser mote para renovar o futebol.

O termo "Copa das Copas" tem sido usado em manifestações de Dilma, inclusive na carta enviada no domingo (13) aos jogadores e à comissão técnica da seleção.

Sobre as vaias e os xingamentos, ela e seus marqueteiros irão atribuir essas manifestações à "elite branca" presente aos estádios. Creem que o ocorrido não trará grandes danos eleitorais.

Apesar de dizer que a Copa e a eleição não têm conexão política, o governo vai buscar dividendos eleitorais. A estratégia é capitalizar, nesta semana e na campanha eleitoral, o que o governo classifica como sucesso de logística fora dos campos.

Nesta segunda (14), cerca de dez ministros vão fazer um balanço do que consideram resultado positivo do evento: nenhum incidente grave no campo da segurança, mais turistas do que a estimativa inicial, estádios lotados e logística sem problemas.

A avaliação do governo é que Dilma sai bem. Havia o temor de incidentes graves de logística que poderiam tirar pontos na corrida eleitoral. Aconteceu o contrário. Aprovação do torneio e recuperação da petista nas pesquisas de intenção de votos.

Isso garante um bom ponto de largada da presidente para o que classificam como início, de fato, da campanha: o pós-Copa do Mundo.

O maior temor vem do impacto negativo da desaceleração econômica, com reflexos no nível de emprego. A avaliação é que o aumento do desemprego é pequeno, concentrado sobretudo no setor industrial, e não deverá crescer até a eleição. (BERNARDO ITRI E VALDO CRUZ)


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