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Suspeito de comandar máfia de ingressos é levado para presídio

Inglês Raymond Whelan, diretor de empresa parceira da Fifa que estava foragido havia quatro dias, entrega-se e é preso; advogados vão recorrer

DO RIO DO ENVIADO AO RIO

Foragido há quatro dias, o diretor-executivo da empresa Match Services, Raymond Whelan, 64, entregou-se à Justiça na tarde desta segunda-feira (14) e foi levado para a penitenciária Bangu 10, na zona oeste do Rio.

Acusado de liderar o esquema de desvio de ingressos de jogos da Copa para cambistas, Whelan fora visto pela última vez na quinta (10), deixando o Copacabana Palace, onde se hospedava.

Imagens das câmeras de segurança do hotel registraram a saída do executivo pouco antes da chegada de policiais que iriam prendê-lo.

O inglês estava com seu advogado, Fernando Fernandes, investigado sob a acusação de ter facilitado a fuga.

Com seus advogados, Whelan chegou ao Tribunal de Justiça do Rio perto das 15h.

Fernandes queria levá-lo ao gabinete da desembargadora Rosita Maria de Oliveira Neto, relatora do pedido de habeas corpus, mas o inglês foi levado diretamente para a carceragem do tribunal.

Seguiu para o Instituto Médico Legal, onde fez exame de corpo de delito e, de lá, para o presídio em Bangu.

Segundo Fernandes, "a prisão é ilegal e injusta".

Em nota emitida após a prisão, a Match disse: "Podemos assegurar que o sr. Raymond Whelan não cometeu nenhum ato ilegal ou irregular e temos certeza de que isso será comprovado em breve pelas autoridades brasileiras".

Outro defensor de Whelan, o advogado Nilson Paiva disse que será apresentando um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que a liminar que liberou o inglês de ser preso temporariamente, na terça (1º), valha também para a prisão preventiva.

Os advogados têm prazo de dez dias para apresentar a defesa no processo em que Whelan e mais 12 réus são acusados dos crimes de organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

Fernandes diz que só teve acesso parcial ao processo e que apresentará a defesa apenas dez dias depois de receber todas as gravações que foram entregues à Justiça.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, isentou a entidade da responsabilidade pelo esquema de desvio de ingresso ao mercado paralelo.

Segundo ele, o órgão só vendeu ingressos pelo valor de face e não tem culpa se os compradores revenderam os bilhetes por valor maior, o que configura crime tanto pelo Estatuto do Torcedor como pela Lei Geral da Copa.

"O que temos que combater é o que eles fazem com esses ingressos depois que saem da gente. Não se pode revendê-los", disse Valcke.

O francês, no entanto, não mostrou otimismo em relação ao combate ao cambismo. "Nunca conseguiremos pôr fim a esse sistema ilegal."

A Match é parceira comercial da Fifa e tem a exclusividade dos direitos de venda de pacotes de hospitalidade (entradas VIP com serviço de bufê e estacionamento, entre outros benefícios) até o Mundial de 2022, no Qatar.

Sócios majoritários da empresa, os mexicanos Jaime e Enrique Byrom são cunhados de Whelan. (DIANA BRITO, ADRIANO BARCELOS E RAFAEL REIS)


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