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Para dono da Match, diretor negociou ingresso legalmente

COPA
Jaime Byrom critica polícia e diz que Fofana é apenas mais um cliente

CRISTINA GRILLO DO RIO

Na avaliação do mexicano Jaime Byrom, presidente das empresas Match Services e Match Hospitality, se tivesse sido revelada em sua íntegra, a conversa telefônica entre o inglês Raymond Whelan e o franco-argelino Mohamadou Fofana mostraria uma negociação perfeitamente legal entre as duas partes.

Na conversa, anexada ao processo de venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo, Fofana diz a Whelan que talvez precise de 20 pacotes, com sete jogos cada, e Whelan informa que tem 24 disponíveis, cada um deles a US$ 25 mil.

De acordo com Byrom, a conversa mostraria que os dois negociavam os chamados pacotes hospitality para os sete jogos realizados no Maracanã, inclusive a final, na categoria "business seat" --assentos mais confortáveis do que os comuns nos estádios, como se fossem a "business class" de um voo.

Além do lugar no estádio, os pacotes dão direito a bufê, bebidas, acesso especial e estacionamento.

Na tabela de preços apresentada por Byrom à Folha nesta quinta-feira (17), este pacote custa US$ 24.750 (em torno de R$ 55 mil), com compra mínima de quatro deles. Não é o mais caro. A mesma quantidade de jogos no pacote Bossa Nova Studio custa US$ 40.250 (R$ 90 mil).

"Não era um único ingresso por um preço extraordinário, mas um pacote de serviços. Não há nada de extraordinário no que eles falavam por telefone", afirmou.

De acordo com o delegado Fabio Barucke, a íntegra das gravações, entregue à Justiça, mostra que Whelan facilitava a distribuição de ingressos para Fofana.

Byrom afirmou que, em janeiro, Ivy Byrom, sua irmã e sócia na empresa, casada com Whelan, o procurou pedindo que reservasse 40 pacotes hospitality de jogos no Rio para serem vendidos ao setor hoteleiro da cidade. Juntos, somavam US$ 990 mil (R$ 2,2 milhão).

No final de maio, Ivy avisou que só 14 tinham sido vendidos. Executivos da empresa, Whelan entre eles, foram mobilizados para vender os restantes.

Contrato apresentado à Folha mostra que a empresa de Fofana, Atlantis Sportif, já tinha comprado o equivalente a US$ 121 mil (R$ 271 mil) em ingressos e serviços.

"De nossa perspectiva, ele [Fofana] era um cliente como vários outros e estava em seu direito de ligar para Whelan para tentar comprar mais pacotes, assim como qualquer um de nossos clientes", afirmou o presidente da empresa Match.

APREENSÃO

Na quinta-feira (10), quando policiais foram ao hotel Copacabana Palace para prender Whelan, apreenderam em sua suíte 82 ingressos. Para a polícia, eles provariam o envolvimento do executivo da Match com a quadrilha de cambistas.

Jaime Byrom afirma que passada uma semana da apreensão a polícia ainda não entregou aos advogados de Whelan um recibo listando o que foi apreendido.

"Sabemos com toda certeza serem ingressos de nossa propriedade, mas não temos um documento especificando o que foi apreendido, para que possamos provar a posse", afirmou.

O delegado afirmou que os ingressos distribuídos por Whelan para Fofana foram negociados para clientes dos cambistas e, por este motivo, não foram apreendidos.

O presidente da empresa disse desconhecer as outras dez pessoas presas preventivamente sob acusação de envolvimento na venda ilegal de ingressos.

Nesta quinta, os advogados de Ray Whelan entraram com um novo pedido de habeas corpus, dessa vez no Superior Tribunal de Justiça.

O inglês está preso desde segunda-feira (14) em Bangu 10, um dos presídios do Complexo de Gericinó, no Rio de Janeiro. Byrom disse que sua irmã, Ivy, e os dois filhos de Whelan o visitaram na quarta-feira (16).


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