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Análise

Em resposta à cobrança pública, técnico quer mostrar atualização

PAULO VINÍCIUS COELHO COLUNISTA DA FOLHA

Dunga citou Arrigo Sacchi, Ruud Gullit, José Mari Bakero, Zvonimir Boban, Arsene Wenger... Sem querer querendo, fez questão de afirmar que está atualizado.

Seu trabalho como comentarista nas TVs Al Jazeera e Azteca, durante a Copa, na companhia dos citados acima, serve como anteparo para dizer que vê o futebol internacional de perto.

O discurso vai ao encontro do desejo e da cobrança dos torcedores para que o futebol brasileiro se atualize.

Dunga acerta ao falar em futebol total, mas erra ao afirmar que, na Copa, só o Chile jogou no ataque. Faltou uma adequação do discurso.

Se Dunga viu certo ao afirmar que a seleção chilena atuou com três atacantes e a Alemanha com apenas um avante, se chegou ao alvo quando disse que as seleções começaram suas montagens pelo sistema defensivo, errou, no mínimo, na construção do pensamento ao dizer que só viu desejo pelo ataque nos chilenos.

Acertou em falar em futebol total e ao dizer que a Alemanha teve qualidade e planejamento em toda a sua história. Os alemães foram mesmo os que mais uniram técnica e força em todos os seus times, de Rummenigge e Be-ckenbauer a Schweinsteiger e Thomas Müller.

Acertou ao dizer que enfrentará seleções fortes da América do Sul, como Chile, Argentina e Uruguai.

Chega de ironizar a frase "não há mais bobo no futebol." Ou o atraso poderá ser atribuído a nós, críticos, em vez dos técnicos.

A reflexão sobre o relacionamento com a imprensa na primeira passagem, entre 2006 e 2010, é positiva. Não é prioridade se relacionar com os jornalistas. Com as pessoas, sim. Dunga tem razão ao dizer que jamais teve problemas com jogadores.

Teve com dirigentes das divisões de base do Inter, com o gerente de futebol do clube gaúcho, Newton Drummond, e com o assessor de imprensa José Evaristo Villalobos.

Dunga não precisa mudar seus princípios. Só pode prestar mais atenção aos fantasmas, para não enxergá-los onde não existem.

Se fizer isso, poderá fazer um trabalho melhor do que o de quatro anos atrás. Não foi ruim. Mas se fosse excelente, teria chegado no mínimo às semifinais.


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