Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Brasileiro tem menos toques de bola e finalizações que a Copa

FUTEBOL
Nacional tem poucos passes e gols, mas muitas faltas e cartões

RAFAEL REIS GUILHERME YOSHIDA DE SÃO PAULO

Os jogadores de Flamengo e Botafogo trocaram 453 passes no encontro entre os rivais do último domingo. No outro clássico da última rodada do Brasileiro, entre Corinthians e Palmeiras, a bola foi de pé em pé 534 vezes.

Um mês e meio atrás, outro clássico no Brasil, entre duas potências europeias, Inglaterra e Itália, teve quase o mesmo número de passes dos dois jogos somados: 996.

Não se assuste com a diferença. Em alguns momentos, o esporte praticado nos campos da Série A nem parece o mesmo da Copa do Mundo.

A maior diferença está justamente no passe. Fundamento que define o jeito de jogar das duas últimas seleções campeãs mundiais (Espanha, em 2010, e Alemanha, em 2014), ele virou quase artigo de luxo dentro do Brasil.

A média de passes trocados nos 64 jogos da Copa foi 21% maior do que a das partidas das três primeiras rodadas do Brasileiro após o Mundial. A eficiência dos toques das seleções também é bem melhor do que a das equipes locais: 84,1% contra 79,7%.

O estilo de toques curtos da Copa produziu um efeito ofensivo mais positivo do que as ligações diretas e a correria, costumeiras da Série A.

Cada partida do Mundial teve em média quase cinco finalizações a mais que no Brasileiro. A média de gols foi de 2,67, contra 2,31 do pós-Copa.

"Parece que paramos em 2002, existe um excesso de volantes em quase todos os times, nenhuma criatividade ou inovação tática, muito menos velocidade, um jogo mais truncado e uma clara decadência técnica", disse o advogado Alexandre Bertoldi, que viu o Mundial na torcida.

"Nos preocupamos muito mais em anular o adversário que em vencê-lo. Atacamos com três ou quatro jogadores porque temos medo de o que vai acontecer quando perdemos a bola, enquanto outras seleções atacam com sete ou oito", afirmou o técnico e comentarista Valdir Espinosa.

De fato, se fica atrás nos aspectos mais técnicos e normalmente ligados ao futebol bonito, o Brasileiro derrota o Mundial em todas as estatísticas relativas a destruição.

O número de desarmes ainda é quase idêntico (244,9 contra 244,1). Já os de faltas e cartões, mostram uma diferença substancial.

As partidas da Copa tiveram em média 30 infrações, contra 33,5 no Brasileiro. Foram mostrados 2,83 cartões amarelos em média por jogo do Mundial e 4,1 na Série A.

"O futebol brasileiro e na América do Sul é mais aguerrido e disputado. O sintoma disso é o número de faltas maior. Em relação a cartões, somos exemplos [ao mundo], e não o contrário", disse o ex-árbitro Wilson Seneme.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página