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Criticado, Andres Sanchez deixa Itaquerão

CORINTHIANS
Candidato a deputado federal, administrador sofre pressão pelo alto preço dos ingressos do estádio

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Candidato a deputado federal nas eleições deste ano, o ex-presidente do Corinthians Andres Sanchez anunciou que não será mais administrador do Itaquerão.

Com receio de que a impopularidade da política de ingressos do estádio lhe custe votos, ele anunciou que se afasta da administração da arena no próximo dia 18.

"Não posso aceitar que um grupo pequeno de pessoas de dentro do clube e torcedores pensem desse jeito, afinal de contas o que o Corinthians tem hoje é um dos estádios mais modernos do mundo", disse, em nota à imprensa.

O descontentamento, que antes era visível apenas em torcidas organizadas, nas últimas semanas passou a associados. Faixas foram colocadas no Parque São Jorge.

O comitê de campanha de Sanchez na capital foi pichado com a frase "Andres, aqui não tem burguês". Este é um dos gritos das organizadas durante os jogos.

As críticas são sobre os preços de ingressos cobrados para as partidas na arena, especialmente no setor oeste (entre R$ 250 e R$ 400) e no leste superior (R$ 180).

Sanchez rebate com a lembrança de que o bilhete mais barato é R$ 50, apenas R$ 10 mais em conta do que o que era cobrado no Pacaembu. E os filiados ao programa Fiel Torcedor também têm direito a descontos.

Precisando do apoio dos corintianos no pleito de outubro e considerado um dos grandes chamadores de votos do Partido dos Trabalhadores (PT) em São Paulo, o dirigente ficou em situação difícil. Não tem como reduzir os valores dos ingressos. O Itaquerão precisa render recursos ao clube, que terá de começar a pagar os R$ 820 milhões do financiamento da construção.

Mas se continuasse como a face pública do estádio e os protestos aumentassem, Sanchez se veria em uma situação de impopularidade com o torcedor corintiano.

"No começo ouvia indignado que o Corinthians estava ganhando um estádio e hoje todo mundo sabe que temos a responsabilidade de honrar com o pagamento. Desde o começo da construção, deixo o planejamento financeiro para pagar o estádio, conforme planejado com grupos de pessoas que querem o bem do clube", completou.

Dentro do Corinthians, quando é cobrado por sócios e conselheiros, afirma que, se pudesse, colocaria os ingressos a R$ 30, mas que isso tornaria a arena inviável financeiramente.

Atrapalha também que o local receba partidas sem estar finalizado. As arquibancadas provisórias (instaladas para a Copa do Mundo) estão sendo retiradas. Os camarotes não foram terminados e o clube não pode explorar os estacionamentos.

A saída de Sanchez de um cargo eminentemente político cria também o problema de encontrar seu substituto. Ele também vinha negociando os naming rights do Itaquerão e esperava conseguir mais de R$ 400 milhões por um contrato de dez anos.

Foi com a influência política no PT e o apoio do ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, que o então presidente Andres Sanchez conseguiu viabilizar a construção do estádio.


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