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Fábio Seixas

Receita italiana

Sucesso da Mercedes e fracasso da Ferrari nesta temporada têm um ponto em comum

Há algo particularmente emblemático e especialmente sintomático no sucesso da Mercedes e no fracasso da Ferrari. Algo doloroso para os italianos.

Não são acasos, não são movimentos independentes. Uma coisa está ligada à outra.

O artífice do crescimento da Mercedes foi Ross Brawn, ex-Ferrari. Mas há razão maior. O diretor de Engenharia da Mercedes é Aldo Costa.

Escorraçado de Maranello em 2011, ele montou em Brackley o que chama de "pequena colônia tricolor dentro de uma multinacional". São 12 os italianos no seu departamento.

"Alguns eu trouxe da Ferrari. Outros, busquei em universidades", disse, ao amigo Leo Turrini, do "Il Resto del Carlino", jornal de Bolonha.

Sim. Com algumas contratações-chave, a Mercedes não apenas se reforçou como desfalcou gravemente uma das principais concorrentes.

O resultado não aconteceu de uma hora pra outra, mas foi progressivo. E se consolidou nesta temporada: após 11 GPs, a equipe alemã tem 393 pontos, contra 142 da italiana. Está com as duas taças na mão. O domínio é avassalador: dez poles, nove vitórias, sete melhores voltas. Touché.

No papo com o jornalista, Costa afirma que a situação da Ferrari é resultado de erros estratégicos que começaram lá atrás e que não foram sanados.

O engenheiro dá um exemplo. Em 2008, vislumbrando dificuldades para desenvolver os carros diante das iminentes restrições aos testes, pediu à escuderia a construção de um novo túnel de vento. Recebeu um "não" como resposta.

"Lá, todas as decisões, sejam de contratação de pessoal, sejam de estratégia da empresa, passam por Luca di Montezemolo. Mas sejamos justos: era assim também quando a Ferrari estava vencendo."

Gestão parece mesmo ser o problema. E a concentração de poder, à moda antiga, não ajuda em nada num ambiente tão competitivo como o da F-1.

Desde o desmanche do "dream team" construído ao redor de Schumacher, a Ferrari patina para colocar pessoas certas nos lugares certos. E insiste incompreensivelmente com os errados, como foi o caso com Domenicali.

Hoje, vê talentos que formou brilhando com uniformes prateados. Engenheiros sob o pódio, comemorando em italiano, mais uma vitória de Hamilton ou Rosberg.

Não é emblemático, sintomático e doloroso?

(O original da entrevista está neste site: bit.ly/aldocosta.)

Épicas, as últimas voltas da Corrida do Milhão, no domingo, em Goiânia.

Barrichello e Camilo mostraram que há esperança além do bate-bate que muitas vezes impera na Stock Car. Travaram um duelo de altíssimo nível, com extrema lealdade, no limite de suas máquinas. Por toda a batalha, mostraram perícia e controle da situação. Deram um show.

Que sirvam de exemplo. Automobilismo assim dá gosto de ver.


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