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CBF elabora projeto para ter garotos por mais tempo

FUTEBOL Técnico das seleções da base, Gallo pretende que meninos com menos de 14 anos possam ficar concentrados

MARCEL RIZZO DE SÃO PAULO

Em novembro de 2013, na Bolívia, a seleção brasileira sub-15 não passou de um quinto lugar no campeonato sul-Americano da categoria.

A campanha foi tema de discussão na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e fortaleceu a elaboração de um projeto que será apresentado ao governo federal.

A proposta prevê que atletas com menos de 14 anos possam ficar concentrados nos centros de treinamento dos clubes e da seleção brasileira. Hoje em dia, essa iniciativa não é permitida pela Constituição.

"A Alemanha inicia com oito, nove anos. Nosso jogador está começando a ser formado muito tarde, e isso atrapalha o pico da pirâmide, que é a seleção brasileira principal", disse em entrevista à Folha o técnico Alexandre Gallo, coordenador das categorias de base da CBF.

Ex-volante com passagens por Corinthians e Santos, Gallo, 47, será o treinador da equipe olímpica que tentará o ouro em 2016, no Rio.

Pela primeira vez desde 2004, a CBF decidiu separar o comandante do time olímpico daquele que treina o principal, que tem Dunga de volta. "É melhor para os dois a separação. Acha mais fácil dirigir dois times ou um?"

Formação na base

"No campeonato sul-americano sub-15 de 2013, 14 dos nossos jogadores nunca tinham disputado um torneio internacional. Somamos 27 dias de trabalho no total em um ano, contra 120 do Chile, por exemplo. Nos EUA, garotos de 13 anos ficam 300 dias no CT da seleção. O mundo inteiro antecipa a formação dos atletas, menos nós", disse Alexandre Gallo.

O projeto que será apresentado pela CBF para diminuição da idade tem a simpatia do ministro do Esporte, Aldo Rebelo (saiba mais sobre o projeto no texto à direita).

Integração

Para Gallo, é importante que as seleções de base do Brasil tenham um padrão de formação dos atletas, mas também esquemas de jogo semelhantes, como ocorre com times como a Alemanha.

"Jogamos num 4-3-3, de preferência. Sempre tem que haver um ou dois planos B, mas a ideia é ter padrões definidos e atuar da mesma maneira. O futebol brasileiro tem que ir a campo e propor futebol, está no nosso DNA", afirmou o treinador.

Projeto olímpico

O projeto para a seleção olímpica mudou. Inicialmente, haveria uma cota, de seis a oito jogadores, chamados em toda lista da seleção principal.

Agora, o time olímpico será convocado completo nas datas-Fifa e terá calendário paralelo à principal. Segundo Gallo, a mudança não foi um pedido de Dunga.

"A ideia foi minha. E a integração continuará existindo, o Dunga poderá usar esses atletas", disse. Não na primeira convocação. Nesta segunda (11), Gallo convocou jogadores sub-21, que fazem parte do projeto olímpico, para disputar amistosos no Qatar.

Atletas como o zagueiro Marquinhos (PSG), o lateral Wendell (Leverkusen) e o volante Lucas Silva (Cruzeiro), cotados para aparecer na primeira lista de Dunga, que será divulgada dia 19 de agosto, vão jogar em Doha no mesmo período que o time principal nos EUA, início de setembro.

Fidelizar o torcedor

Os amistosos da seleção olímpica serão realizados no Brasil, ao contrário do time principal, que normalmente joga fora porque a CBF tem contrato com empresa estrangeira para promover essas partidas.

"A ideia é fidelizar o torcedor, entendendo o que é esse time olímpico, identificando esses jogadores. Podemos usar as arenas da Copa."

Além do Rio, haverá jogos da Olimpíada em capitais como São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador.

Veteranos em um setor

Gallo tem um plano para a montagem do elenco para 2016. Em vez de convocar veteranos (a regra permite três acima de 23 na Olimpíada) para várias posições, ele pensa em formar um setor forte.

A tendência hoje é priorizar o ataque, com Neymar e outros dois atletas mais experientes nesse setor.

"É um conceito meu: você pode pulverizar força ou concentrar força. Você concentrando força num setor você ganha aquele setor", disse.

Brasileiro em outra seleção

Outro projeto é o de mapear jogadores brasileiros, que deixaram o país garotos, e podem atuar por outras seleções.

Segundo Gallo, foram encontrados 32 atletas nascidos em 95 com este perfil, mas eles escolheram sete para tentar evitar que defendam outros países, como aconteceu com Diego Costa, na Espanha.

Um deles, Andreas Pereira, 18, meia do Manchester United nascido na Bélgica, mas filho de brasileiros e que tem as duas nacionalidades, foi convocado para um torneio na China, em junho deste ano.


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