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Entrevista Raulzinho

Nós podemos brigar por medalhas no Mundial

Destaque no jogo contra argentina, armador lembra conselhos que recebeu do pai e afirma que basquete no brasil vai crescer

MARIANA BASTOS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI

A relação de Raulzinho, 1,85 m, com o basquete vem do berço.

Seu pai, Raul Togni Filho, foi jogador profissional. Atuou no Minas, Flamengo, Franca, Corinthians-RS, COC/Ribeirão Preto e Bauru. Chegou a vestir a camisa da seleção brasileira na Copa América de 1997.

Onde ia, Raul Filho levava o filho junto. Raulzinho cresceu dentro das quadras ou próximo delas.

Anteontem, quando foi o maior destaque da vitória do Brasil sobre a Argentina, nas oitavas de final do Mundial da Espanha, levou seu pai às lágrimas. "Liguei para ele do vestiário, mas ele não conseguia falar. Estava muito emocionado", conta o jogador que, assim como seu pai, atua como armador.

Em entrevista à Folha, o jogador mais jovem da seleção brasileira, com 22 anos, fala sobre a relação com seu pai, o sonho de jogar na NBA e a expectativa do Brasil para este Mundial.

A seleção dirigida por Rubén Magnano enfrenta a Sérvia nesta quarta (dia 10), às 13h, em Madri.

Folha - Você costumava ir aos jogos de seu pai desde pequeno. Quais lembranças dele como jogador são marcantes?
Raulzinho - Lembro que era um jogador com arremesso de fora muito bom. Quando acabava o jogo, eu perguntava: "Pai, por que você não chutou mais bolas?"

O que conversou com ele depois do jogo com a Argentina?
Liguei do vestiário, mas nem deu para conversar direito. Ele estava chorando. Ficou muito emocionado.

Teve algum conselho marcante que ele deu a você?
Antes do Mundial, eu estava muito preocupado se jogaria, se seria cortado. Então, ele falou uma coisa que mudou minha cabeça. Disse para não me preocupar e fazer o melhor independentemente do tempo que o [técnico] Rubén Magnano me colocasse em quadra. Depois disso, comecei a jogar melhor.

Qual o sonho maior: um título na NBA ou a medalha na Olimpíada do Rio?
São coisas diferentes. Na Olimpíada, você está com a seleção e tem toda uma nação por trás disso. E ganhar a NBA é conquistar o título do maior basquete mundial.

Você é pouco conhecido no Brasil porque saiu de lá, onde atuava no Minas, para vir jogar na Espanha com 18 anos. Qual imagem quer passar para o torcedor brasileiro?
É muito bom ser conhecido no basquete jogando pela seleção. Até mais gratificante do que jogando por um clube. Eu tento manter o pé no chão, sabendo que vou ter momentos bons e outros maus.

Como você avalia o NBB (Novo Basquete Brasil)? Não acredita que os principais jogadores da seleção acabam não ficando no Brasil pelo fato de o campeonato não ser bom o suficiente?
Muitos que jogaram fora voltaram, como Rafael Hettsheimer, que esteve no Real Madrid e no Málaga. Então, vejo que o basquete do Brasil está crescendo e vai crescer cada vez mais.

Você foi escolhido pelo Atlanta Hawks e depois foi para o Utah Jazz, que acabou decidindo não ficar com você, o que o levou a voltar para o Múrcia, da Espanha. Está ansioso pra ser novamente convidado?
Foi uma escolha deles. Como eu não fui draftado [escolhido] entre os 30 primeiros, que já têm contrato garantido, eles têm essa opção de me chamar uma outra hora. É um sonho jogar na NBA, mas eu tento não me pressionar.

Há uma diferença de quase dez anos entre você e os outros jogadores da seleção. Algum deles o inspirou?
O Leandrinho, que jogou com meu pai na época do Bauru. E o Marcelinho Huertas, que, desde que se integrou à seleção, vem fazendo grandes torneios.

Depois de vencer a Argentina, qual sua expectativa a partir das quartas de final?
Acho que a gente pode brigar por medalha. Temos que pensar passo a passo. Agora, temos que passar pela batalha com a Sérvia [nesta quarta (10)] para depois esperar França ou Espanha e, quem sabe, jogar uma final.


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