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Pelé diz que Aranha 'se precipitou' ao confrontar torcida por racismo

POLÊMICA
Ex-jogador afirma que preconceito deve ser coibido, mas não em lugares públicos

LUIZA FRANCO DO RIO

Para Pelé, 73, o goleiro Aranha, do Santos, "se precipitou" ao contestar torcedores do Grêmio que o chamaram de "macaco" e imitaram o animal durante partida da Copa do Brasil, em Porto Alegre, no último dia 28.

O ato de racismo da torcida foi punido pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) com a expulsão do time gaúcho do torneio.

"Aranha se precipitou um pouco em querer brigar com a torcida. Se eu fosse parar o jogo a cada vez que me chamassem de macaco ou crioulo, todo jogo teria que parar. O torcedor, dentro de sua animosidade, ele grita", disse o ex-jogador, ídolo do Santos e da seleção brasileira.

"Acho que temos que coibir o racismo, mas não é em um lugar público que vai coibir", adicionou Pelé.

As declarações foram dadas durante um evento da Shell, que inaugurou um campo de futebol onde placas instaladas no gramado transformam energia cinética em energia elétrica.

O ex-jogador citou o caso de racismo envolvendo o lateral direito Daniel Alves, do Barcelona. Em abril, durante um jogo do Campeonato Espanhol, um torcedor do Villarreal atirou uma banana no campo quando o jogador esperava para bater escanteio.

A reação do lateral foi pegar a fruta do chão e comê-la. O agressor, torcedor do Villarreal, foi identificado e proibido de entrar no estádio do time pelo resto da vida.

"Se o Daniel pegasse a banana e a jogasse de volta no público, até hoje estaríamos falando nisso. Quanto mais atenção der para isso, mais vai aguçar", afirmou o ex-jogador, sobre aquela reação.

Pelé afirmou ainda que é preciso coibir o racismo e a discriminação contra pobres. Mas disse que é necessário ter cuidado ao fixar punição para o time envolvido.

"Acho que o futebol tem que tomar cuidado em respeito a essas ações. Imagina: eu, sendo Santos, meter a camisa do Corinthians e gritar um monte de coisa, racismo, para prejudicar o Corinthians."

NEYMAR CAPITÃO

Pelé também se mostrou contrário à decisão de Dunga, técnico da seleção, de transformar Neymar em capitão.

"Vamos colocar outro, assim vamos ficar com dois capitães. Se o Neymar já é uma referência, o capitão poderia ser outro. Poderíamos ter dois homens para que o árbitro pudesse respeitar", disse.

Pelé comentou também a nova gestão da seleção sob a tutela de Dunga, e declarou que deve-se ter cautela sobre a influência de empresários na escalação do time.

"Conheço ele [Dunga] pessoalmente, sei da seriedade. Precisamos ter mais consciência para formar a seleção. Nos últimos anos, embora tivesse os melhores jogadores, a seleção sempre dependeu de empresários."


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