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Ex-militante contra o apartheid, juíza do caso Pistorius se destaca

Trajetória de Masipa, que chegou a ser presa, é marcada pela luta em defesa da mulher

DE SÃO PAULO

Thokozile Masipa cresceu na periferia de Johannesburgo em uma apertada casa com dois quartos. Espremia-se, com os irmãos, em um deles.

Do lado de fora, eclodia o apartheid, regime de segregação racial que perdurou na África do Sul de 1948 a 1994.

Negra, Masipa concentrou sua carreira, primeiro como jornalista e depois como advogada, no combate ao racismo e à defesa da mulher.

Disciplinada e madura, traçou uma trajetória que a levou, em pouco mais de 20 anos, de advogada a juíza.

Agora, aos 66 anos, ela comanda o julgamento do astro paraolímpico Oscar Pistorius em um tribunal de Pretória.

E, de certo modo, ascendeu aos holofotes da mesma maneira que o réu, acusado de assassinar a modelo Reeva Steenkamp, sua ex-namorada, fez na pista de atletismo.

O caso de Pistorius se transformou no caso da juíza negra que define o futuro de um branco. Nesta quinta (11), Masipa inocentou-o das duas acusações mais graves, mas aplicou-lhe reprimenda pela fragilidade emocional e de seus depoimentos dados.

Questionou, por exemplo, por que Pistorius não chamou a polícia quando suspeitou que havia um invasor em sua casa em Pretória, na noite de 14 de fevereiro de 2013, quando disparou de sua 9 milímetros através da porta do banheiro onde Reeva estava.

"Ele falhou ao não tomar precauções para evitar o assassinato", afirmou a juíza, que lerá o veredito hoje.

Como não há júri na África do Sul, cabe a Masipa e a dois consultores seus a definição do polêmico julgamento, que se arrasta há seis meses.

O currículo da magistrada abafou qualquer questionamento em relação à decisão desta quinta (11), que livrou Pistorius de prisão perpétua.

Em um país de maioria negra, mas com predomínio de brancos no Poder Judiciário, ela se tornou, em 1998, a segunda negra designada para a Suprema Corte do país.

Anos antes, Masipa havia sido militante na luta contra o apartheid e chegou a ser presa, em 1977.


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