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'Novo conceito de mão na bola é questão de costume'

FUTEBOL
Chefe de arbitragem diz que críticas por infrações são 'sacanagem'

MARCEL RIZZO DE SÃO PAULO

A discussão se é bola na mão ou mão na bola está fadada ao esquecimento. A opinião é do presidente da comissão nacional de arbitragem, Sérgio Corrêa da Silva.

O novo conceito da Fifa, que está causando polêmica no Campeonato Brasileiro, é que o toque do jogador com a mão ou braço que altere a trajetória da bola seja considerado falta, mesmo que feito com naturalidade, ou seja, sem a intenção de tocá-la.

"Não é a CBF que cria as regras, seguimos determinações. O que estão fazendo com a arbitragem [críticas] é sacanagem", afirmou Corrêa à *Folha.

Bola na mão

Domingo (21), o são-paulino Antonio Carlos, em jogo contra o Corinthians, tocou com a mão na bola dentro da área aparentemente sem intenção. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira marcou o pênalti.

"O texto da regra não foi alterado em nada, mas há novo conceito com relação à mão deliberada e a naturalidade do toque. Toda vez que o jogador tiver uma ação de impedir ou bloquear a bola, mesmo tendo naturalidade, a tendência é o árbitro marcar infração", Sérgio Corrêa.

Costume

Ele preferiu não comentar o lance de domingo, mas citou o jogo Fluminense x Palmeiras, de 13 de setembro, quando o palmeirense Renato deu carrinho para impedir cruzamento e a bola bateu no braço.

"Ao dar esse carrinho ele estende o braço e bloqueia a passagem da bola. É um ganho tático", disse Corrêa, que foi árbitro de 1989 a 2000.

Segundo ele, é uma questão de as pessoas se acostumarem com a mudança para pararem as críticas de que agora toda bola na mão é marcada falta.

Outras críticas à arbitragem

Não são só bolas na mão que geram críticas, mas impedimentos, faltas e outros lances que fizeram até o presidente da CBF, José Maria Marin, reclamar publicamente do desempenho de seus juízes.

"Conversei com ele [Marin]. Ele quer a perfeição, queremos também, mas não é possível. Mas a CBF tem investido muito na melhoria da arbitragem", disse Corrêa.Ele cita cursos com instrutores internacionais, por exemplo.

Mas seu calcanhar de aquiles mesmo são as reclamações de treinadores que perdem jogos e culpam os árbitros.

"Parece que estamos na Série A com árbitros maravilhosos, jogadores, maravilhosos, técnicos maravilhosos e só os árbitros não prestam. O técnico fala do árbitro para proteger seu time, mas isso se transforma em um tsunami contra a arbitragem", disse.

Ele contou que instrutores nacionais reunidos logo depois da Copa deram nota 6,5 para arbitragem da Copa e consideraram que o trabalho no Brasil vale uma nota 7,5.

"Com toda a estrutura da Copa houve reclamações. Comparado com o investimento e tecnologia deles, temos em média 34 faltas marcadas no Brasileiro, contra 30 na Copa. É um número próximo e mostra eficiência".

O que mudar?

Sérgio Corrêa é contra o sorteio de árbitros para os jogos, algo que é previso em lei.

"Há jogos em que sabemos que haverá muita pressão e, com o sorteio, acabam caindo árbitros menos experientes. E os técnicos aproveitam que ele não é conhecido para detoná-lo depois. Não fazem isso com árbitro cascudo", afirmou.

Ele também acha que é possível manter árbitros com mais de 45 anos [a Fifa exige a aposentadoria com esta idade].

"Se ele estiver bem fisicamente, por que não? A experiência é importante em qualquer profissão", defendeu.

Para Corrêa, os juízes têm que se manter amadores, apesar da pressão da mídia. "Se profissionalizar, e depois ele falhar, eu mando embora e ele trabalha onde? Jogador erra e arruma clube", afirmou.


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