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Página racista no Facebook é criada em 'apoio' a torcedora gremista

FERNANDA CANOFRE COLABORAÇÃO PARA FOLHA, DE PORTO ALEGRE

Uma página criada há dez dias no Facebook intitulada "Apoiamos Patricia Moreira contra a hipocrisia do Politicamente Correto" usa a imagem da torcedora para criticar desde a definição do racismo até a vinda de imigrantes haitianos para o Brasil.

A auxiliar de odontologia Patrícia Moreira, 23, ficou em evidência ao ser flagrada por câmeras de televisão no jogo entre Grêmio e Santos, dia 28 de agosto pela Copa do Brasil, gritando a palavra "macaco" para o goleiro Aranha.

Devido à exposição, Patrícia passou a ser investigada por injúria racial, perdeu o emprego e teve de deixar sua casa por causa de ameaças.

Na última semana, ela afirmou que pretendia se tornar "um símbolo nacional contra o racismo". Na internet, porém, o episódio que ela protagoniza com com goleiro do Santos gerou efeito colateral.

A página do Facebook mostra montagem com jogadores de futebol como Neymar, Pelé, Tinga e Robinho acompanhados de mulheres loiras, para criticar a "hipocrisia" do "orgulho negro".

Texto postado nesta terça (23) traz mensagem crítica a relacionamentos inter-raciais: "Diga não à miscigenação racial. Se o povo de Israel não se mistura, a gente também tem o mesmo direito".

O criador da página afirma ser um advogado carioca, ter 27 anos, ser torcedor do Flamengo e simpatizar com o Corinthians e com o Grêmio. Diz chamar-se Jeferson.

Para ele, Aranha "aceita o coitadismo" e está entre os negros que funcionam como "massa de manobra".

De acordo com o delegado substituto da Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, Joerbert Nunes, como nenhuma denúncia foi recebida não há crime.

Se investigada, no entanto, a página pode ser enquadrada por prática de injúria racial ou racismo segundo Código Penal brasileiro.

O advogado de Patrícia Moreira, Alexandre Rossato, disse desconhecer a página e seu conteúdo. "Lamentável isso, estou sabendo por intermédio de vocês", declarou por telefone à Folha. Rossato estuda tomar medida judicial contra os administradores do perfil e pedir investigação ao Ministério Público.


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