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Juca Kfouri

Sete, outra vez!

No maior jogo da rodada da Liga dos Campeões da Europa, um desfile de brasileiros dói no coração

PARIS VALEU mais que uma missa, valeu um excepcional jogo de futebol entre o PSG e o Barcelona.

Atmosfera mágica, gramado impecável, Parque dos Príncipes lotado para receber um clássico digno dos reis do esporte bretão.

Lá estavam Lionel Messi, o número 1 do mundo, e uma constelação de súditos, embora ainda fizesse enorme falta o sueco Ibrahimovic, sempre uma atração à parte.

Lá estavam também sete brasileiros natos como titulares e mais dois no banco.

Pelo time catalão, Daniel Alves e Neymar, autor do quinto gol do jogo, o que definiu o marcador de 3 a 2 para os anfitriões, mas o mais belo dos gols, como se feito com um taco de bilhar.

Adriano e Rafinha estavam no banco e Douglas no departamento médico.

Pelo time francês, além da dupla de zaga composta por Marquinhos, pois o capitão Thiago Silva está machucado, e David Luiz, Maxwell na lateral-esquerda, Thiago Motta no meio de campo e Lucas no ataque.

Se o último dos cinco gols foi brasileiro, o primeiro também foi, em bola cruzada por Lucas que David Luiz tratou de aproveitar.

Sete patrícios em campo, mais dois no banco, mais dois em tratamento de contusões, um time inteiro, animado por ótimas atuações da zaga brasileira do PSG e de Lucas, além do golaço de Neymar.

Tudo isso para chorar a ausência deles todos no Brasil, uns mais, outros menos, na verdade até sem chorar pelo menos um, o incompreensível caso do lateral Douglas.

Mas mesmo Rafinha Alcântara, que jamais jogou por aqui, merece lágrimas. Nos privamos dele ao nos faltar o futebol do pai, Mazinho, campeão mundial em 1994 no meio de campo da seleção brasileira. Como nos privamos do irmão de Rafinha, Thiago, hoje no Bayern de Munique, pelo mesmo motivo de ter crescido fora do Brasil.

Exceção feita a Neymar cujo valor talvez não coubesse mais em nosso futebol mesmo que bem administrado (embora haja sérias dúvidas a respeito), todos os demais deveriam estar por aqui caso tivéssemos gestão mais profissional e menos lavagem de dinheiro.

Uma dúvida me ocorreu ao ver a luta titânica de Marquinhos e David Luiz para não tomar, "por pouco, muito pouco, pouco mesmo", como diria o narrador Geraldo José de Almeida, o gol de empate catalão: a dupla tomaria sete da Alemanha?

A resposta, naquela tarde de 8 de julho no Mineirão, deve ser sim, porque ao lado do "alemão" Dante estava exatamente David Luiz.

Cada dia que passa me convenço mais que o 7 a 1 não teve o caráter de evidenciar a diferença técnica entre as duas seleções, mas quis simbolizar outra defasagem, esta sim abissal: a de modelos de gestão do futebol.

Nem a dupla titular Thiago Silva/David Luiz daria jeito, nem com Neymar em campo.

Porque a dupla Marin/Nero é insuperável.


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