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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

Craque, modo de usar

Dependendo da quantidade de gols de Neymar e Suarez, Messi pode ficar ainda mais caracterizado como meia

O gol de Neymar contra o Rayo Vallecano no sábado não aconteceu com passe de Messi. Mas dos cinco primeiros marcados pelo craque brasileiro nesta temporada, três foram por assistência do argentino.

Há uma mudança sutil em Messi no Barcelona do técnico Luis Enrique. O argentino é mais passador. Não é menos artilheiro.

O pedido do treinador do Barça é para o time recuperar a marcação dos tempos de Guardiola -e isso está acontecendo. Sobre Messi, deseja tê-lo como articulador. Joga um pouco atrás dos dois atacantes pelos lados, Neymar pela esquerda, Munir pela direita -o autor do passe para o brasileiro no sábado.

A partir do clássico contra o Real Madrid em 25 de outubro, com o fim da suspensão de Luis Suarez, o ataque pode ser ainda mais incisivo. Dependendo da quantidade de gols do uruguaio -e do brasileiro- o argentino pode ficar ainda mais caracterizado como meia.

No fundo, a mudança é sutil. O livro "Herr Pep", do jornalista espanhol Marti Perarnau, conta como Guardiola decidiu deslocar Messi da ponta direita para o centro do ataque. Numa das várias sessões de vídeos a que assistia, percebeu a movimentação do craque e chamou-o imediatamente a seu quarto.

Mostrou a Messi como poderia explorar o espaço às costas dos volantes. Ao sair da posição de centroavante para a de ponta de lança, induzia os zagueiros a persegui-lo e abria espaços para os outros atacantes. Se não o perseguissem, teria espaço para suas arrancadas. Se um volante recuasse para marcá-lo, haveria campo para Xavi e Iniesta usarem.

Você pode chamar a posição onde Messi joga do jeito que quiser. Centroavante, ponta-de-lança, enganche, como se diz na Argentina... Ele continuará brilhando, passando e fazendo gols como sempre fez.

Cristiano Ronaldo é diferente. O Real oscilou no início da temporada europeia e persegue Barcelona e Valencia na tabela. Cristiano Ronaldo não oscila, marca. Dez gols em seus primeiros cinco jogos na Espanha e mais dois na Liga dos Campeões. Segue na mesma função. Atacante que usa o lado esquerdo para arrancadas em direção ao gol.

O diário "Marca" conta que o Real deseja mexer nisso. Quer Cristiano centroavante a partir do ano que vem, por julgar que a partir dos 30 anos terá menos velocidade.

Não parece.

Cristiano Ronaldo tem a mesma potência e a velha dificuldade de jogar enfiado entre os beques, função em que perde sua principal qualidade, o arranque.

Carlo Ancelotti resiste à ideia dos dirigentes e se mantém fiel a seu velho estilo de tirar de seus jogadores o que têm de melhor. Fez isso com Shevchenko, Kaká, Drogba, Zidane... Teve o melhor ataque quando teve bons atacantes, a melhor defesa quando não os tinha.

Entender que o craque é a chave do jogo é um mérito que nem todos os treinadores entendem.


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