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Tostão

Culpa imaginária

A seleção, com Dunga, é bem diferente da com Felipão, na Copa, que é diferente do Grêmio

O futebol brasileiro possui muitos jogadores bons, ótimos, do mesmo nível, em várias posições. Há uns dez volantes e uns dez meias, quase iguais. A preferência por um ou por outro é, geralmente, pelo momento. Atletas mais jovens, como Lucas, do PSG, Maike e Lucas Silva, do Cruzeiro, que já estão entre os melhores da posição, deveriam ter mais chances.

Ao mesmo tempo em que é absurdo não parar o campeonato quando a seleção joga, é também absurdo, para um jovem como Lucas Silva, não estar, nesta semana, no time principal nem no olímpico, porque o Cruzeiro não podia perder mais jogadores. Um erro leva a outro.

Pensando em 2018, mesmo se Robinho e Kaká fossem hoje superiores --estão no mesmo nível-- aos de suas posições, não deveriam ser convocados. A alegação de que a simples presença de Kaká vai ser importante para a formação e maturidade do time brasileiro é mais um chavão. Nenhum jogador tem esse poder, a não ser que brilhe em campo.

O disciplinado Oscar, do Chelsea, vive uma situação parecida com a de Kaká, no São Paulo. Contra o Arsenal, Oscar foi quem mais desarmou e correu. Mas não fez uma única brilhante e decisiva jogada. Isso ocorreu também na Copa.

Ganso vive algo semelhante. Nunca imaginei que ele fosse capaz de jogar pelo lado, armando e marcando o lateral adversário. Taticamente, tem sido importante. Porém, nos últimos quatro jogos, não deu um único e decisivo passe. Se ele conseguisse, com regularidade, unir disciplina tática, técnica e criatividade, como em alguns jogos do São Paulo, deveria estar na seleção.

Participar ativamente do jogo coletivo é importante. Mas, se quiserem ser protagonistas da seleção e de seus clubes, Kaká, Oscar e Ganso têm de fazer mais. Jogador tático se encontra em qualquer esquina. O Brasil precisa, no mínimo, de mais um jogador especial, do meio para frente, para não depender tanto de Neymar.

Contra a Argentina, o time deve marcar do meio-campo para trás e contra-atacar. A seleção, na Copa, fez o contrário. Tentou sufocar os adversários, especialmente a Alemanha, assim como tinha dado certo na Copa das Confederações. Não conseguiu e deixou enormes espaços no meio-campo e na defesa.

O Grêmio também é diferente da seleção de Felipão. Além de ter três volantes marcadores, possui mais cuidados defensivos. Alterna a marcação por pressão e a mais recuada. Contra o São Paulo, Felipão incendiou a torcida e os jogadores. O time ficou afobado e apressado.

Felipão faz bom trabalho no Grêmio e é, na média de sua carreira, um eficiente treinador. Mas noto uma excessiva preocupação, na maioria das pessoas, de elogiá-lo demais ou de não criticá-lo, para tentar reparar uma culpa imaginária, que ninguém deveria ter, por tê-lo criticado tanto, após o 7 a 1. Ele mereceu.


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