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Paulo Vinícius Coelho

O Brasil de Neymar

Discute-se a chance de Neymar ser tão importante na Europa no futuro, quanto Messi é no presente

Neymar fez o Brasil procurar comparações com Messi desde sua estreia no Santos, em 2009. O clássico contra a Argentina, em Pequim, pode reforçar as dúvidas sobre quando o Brasil voltará a ser campeão mundial e se Neymar será o protagonista de uma Copa do Mundo, como Messi ainda não foi.

À parte a atuação de ontem, Neymar começa a ter estatísticas semelhantes às de Messi no futebol europeu. É o artilheiro do Barcelona no início da temporada com oito gols, contra sete do argentino.

Há um ano, Messi era o goleador do Barça com 11 gols e Neymar havia marcado só duas vezes. Não está em discussão a coroa do futebol mundial. Esta será de Cristiano Ronaldo pelo segundo ano seguido.

Discute-se apenas a chance de Neymar ser tão importante na Europa no futuro, quanto Messi é no presente.

Messi e Neymar também produzem comparações no âmbito judicial. O pai do craque argentino já pagou 5 milhões de euros à fazenda para solucionar dívidas do período 2007 a 2009, mas a procuradoria da Espanha julga que Messi sabia da sonegação e também tem de pagar.

Nesta semana, reapareceu a discussão sobre a transferência de Neymar. É obrigatório que as investigações continuem, mas é possível que terminem com a percepção de que Neymar encontrou saídas jurídicas perfeitas e que sua transferência sirva de modelo para outros jogadores de seu tamanho.

É provável que a discussão ética persista, não sobre a legalidade da operação.

"Todas as informações indicam que eu fui um ótimo gestor da carreira do meu filho", orgulha-se Neymar pai.

É impossível colocar a mão no fogo e dizer que nada irregular aparecerá. Mas há meses o Ministério Público procura irregularidades, tanto no Brasil, quanto na Espanha.

Não encontrou evidências.

O assunto mexe também com a vida política do Santos e com as eleições marcadas para dezembro. Cinco chapas estão registradas. Na Vila, há quem diga que não vale investir nas divisões de base e depois ver jogadores irem embora quase de graça.

Neymar jogou quatro anos pelo Santos, ganhou três títulos paulistas, uma Copa do Brasil e a Libertadores. Por duas temporadas, Neymar recebeu R$ 3 milhões por mês, mas o Santos gastou só R$ 150 mil. Recebeu de volta o mesmo valor, por meio dos contratos publicitários previstos no contrato de Neymar.

Antes de partir para o Barcelona, Neymar deixou a experiência de que é possível segurar craques apoiando-se em acordos criativos e patrocinadores fortes. O Santos só não ganhou mais títulos e dinheiro porque não ajudou a criar o campeonato forte que seguraria seu craque no Brasil por mais tempo.

Dentro de seu país, Neymar fez mais gols, ganhou mais títulos e pagou mais impostos do que Messi. Esse Brasil x Argentina vai seguir por alguns anos. Em campo e nos tribunais.


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