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Estrela cadente?

Em 1º lugar no Brasileiro desde maio, tropeços do Cruzeiro põem em xeque força do time para chegar ao bi

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Sozinho na pequena área e sem goleiro, Marcelo Moreno, um dos artilheiros do Brasileiro, cabeceou para fora. Seria o empate contra o Flamengo, que vencia por 1 a 0 e depois faria mais dois gols.

Líder desde a 6ª rodada, em maio, e apontado como melhor equipe do país, o Cruzeiro demonstra queda de rendimento nesta reta final.

A 28ª rodada aconteceu nesse último fim de semana --faltam dez para o fim do campeonato.

Até então, tudo dava certo para a equipe mineira que pode chegar ao bicampeonato. Porém, os resultados nos últimos oito jogos foram mais negativos: quatro derrotas, três vitórias e um empate. Perdeu duas vezes seguidas (Corinthians e Flamengo), o que aconteceu pela primeira vez com o time neste Brasileiro. "Não podemos desperdiçar tudo o que construímos até agora. É hora de acordar e saber administrar a liderança", alerta Moreno.

Apesar dos tropeços, o Cruzeiro ainda tem seis pontos de vantagem sobre o Internacional, segundo colocado (56 a 50). "O Cruzeiro será campeão por suas virtudes, mas também pela incompetência dos rivais", afirma Dirceu Lopes, campeão nacional em 1966 pelo clube mineiro.

Na semana passada, quando o líder foi batido pelo Corinthians, o Internacional recebeu goleada por 5 a 0 do Chapecoense. Neste domingo (12), o São Paulo, em 3º, perdeu para o Atlético-MG.

O Cruzeiro ainda queima a gordura que obteve no primeiro turno, quando conquistou 75% dos pontos que disputou.

Depois disso, o desempenho caiu para 48,1%. É inferior ao do Palmeiras, por exemplo, que no returno obteve 59% da pontuação.

"Todos os times do Brasileiro oscilam em algum momento. Apenas um [o Cruzeiro] ainda não oscilou. Isso vai acontecer no momento mais perigoso [a reta final]", havia apostado Tite à Folha no final do mês passado.

'GOLS BOBOS'

Essa trajetória declinante coloca em xeque a capacidade do líder do Brasileiro de manter a vantagem.

Nas próximas cinco rodadas, a equipe só terá partidas contra adversários que lutam contra o rebaixamento: Vitória, Palmeiras, Figueirense, Botafogo e Criciúma.

Até o final do campeonato, vai jogar só uma vez com um rival que está entre os sete primeiros (Grêmio).

"Ainda temos a vantagem. Não vejo uma queda de rendimento. Contra o Flamengo, por exemplo, tomamos gols bobos", diz o goleiro Fábio.

Nas últimas partidas, o time tem sofrido com a ausência de dois dos seus principais jogadores. Éverton Ribeiro está com a seleção, e Ricardo Goulart se contundiu.

A qualidade do banco de reservas, frequentemente apontada como uma vantagem do clube de Belo Horizonte sobre os demais, não tem feito a diferença.

"O elenco do Cruzeiro é o melhor do país mesmo. Quanto a isso, não resta dúvida. Mas jogadores que seriam substitutos de qualidade não mostram bom futebol e se machucam seguidamente. A equipe precisa mais do Júlio Baptista, do Borges e do Dagoberto, por exemplo", critica o ex-volante do time Wilson Piazza, campeão mundial com a seleção em 1970.

Nesta quarta (dia 15), o Cruzeiro enfrenta o ABC, em Natal, pela partida de volta das quartas de final da Copa do Brasil. O time comandado por Marcelo Oliveira também é um dos grandes favoritos à conquista do torneio.

O jogo pode, aliás, servir como plataforma para a equipe reencontrar o bom futebol no Brasileiro.


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