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Edgard Alves

Fim das armações

O passa-moleque é uma atitude antidesportiva, além de desrespeito ao torcedor que paga ingresso

A armação de resultados, que manchou as disputas do badminton na Olimpíada, não vai se repetir. Não com os participantes da modalidade recorrendo ao regulamento da própria competição como era possível. Isto porque, incomodada pela repercussão do escândalo, a federação mundial de badminton tratou de se mexer e, cerca de cem dias após os Jogos de Londres, anunciou a mudança da regra, brevemente noticiada pela Folha.

O badminton é uma espécie de tênis de campo, só que, em vez de bolinha, rebate uma pequena peteca, sendo o esporte de raquete mais rápido do mundo. Na Inglaterra, oito atletas de duplas dessa modalidade, incluindo a parceria chinesa campeã mundial, foram desqualificadas por tentarem perder propositalmente suas partidas para encararem rivais mais fáceis depois.

Está definido que no Rio, em 2016, todas as duplas que terminarem em segundo lugar em seus respectivos grupos na fase de classificação das disputas de badminton terão os seus próximos adversários determinados por meio de um sorteio. A decisão é bem-vinda. Além de impedir o passa-moleque com as próprias regras, ela também fulmina com a chance da presunção da burla, que coloca sob suspeita, sem prova substancial, um time perdedor em determinado jogo cujo resultado o favoreceu.

Fato lamentável são outras modalidades -entre as quais basquete e vôlei-, que também contemplam esse quesito em seus regulamentos, ignorarem a questão.

Em Londres, as seleções masculinas de basquete do Brasil e da Espanha se viram envolvidas por esse dilema quando se enfrentaram em jogo decisivo que apontou os cruzamentos do mata-mata. O Brasil ganhou (88 a 82) e foi para chave na qual teria, em caso de sucesso nas quartas (acabou perdendo da Argentina 82 a 77), de cruzar nas semifinais com o time dos Estados Unidos, disparado o mais forte da competição. Ou seja, embora mais bem posicionado na fase de classificação, o Brasil traçou para si próprio um caminho mais espinhoso na tentativa de chegar ao pódio.

A atuação dos espanhóis diante dos brasileiros, lógico, deixou um rastro de suspeita de derrota consentida na busca pela vantagem regulamentar. Nada que fosse possível comprovar. Caso a vitória tivesse sido espanhola, certamente, as suspeitas recairiam sobre os

brasileiros.

A amarga experiência de jogar sob a mira do regulamento já havia atingido a seleção masculina de vôlei do Brasil no tri mundial, na Itália, em 2010. Ao perder da Bulgária, driblando confronto com Cuba, os brasileiros ouviram coro de "buffoni" (palhaçada) da torcida.

A controvérsia regulamentar envolve atitude antidesportiva e desrespeito ao torcedor, que paga ingresso para uma disputa esportiva, mas acaba ludibriado, vendo uma farsa. Isto posto, como ficam as modalidades que contemplam o esdrúxulo item regulamentar?


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