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E cá

Partida esvazia Mercadão, dá prejuízo a comerciantes e acalma o ritmo frenético da Paulista e da 25 de Março

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Chefe de cozinha do Hocca Bar, Horácio Gabriel, 37, conversava tranquilamente com o caixa na manhã de ontem, no mezanino do Mercado Municipal de São Paulo.

No horário -um pouco antes das 8h30-, diariamente uma média de 30 pessoas costuma comer no local.

"Hoje, por causa do jogo do Corinthians, há cem por cento menos frequentadores [que o habitual]", disse Gabriel ao apontar para o vazio em todas as mesas.

Não que o mercado estivesse vazio. Mas na estimativa de lojistas, o movimento ontem caiu entre 60% e 80%.

"Na hora do jogo, 80% dos clientes somem. Os outros 20% ficam por conta de religiosos [que não ligam para futebol]", diz Paulo Silvano, vendedor da Casa Gonsalez.

Logo depois entrava um trio de freiras. Uma delas, que se identificou como Mariana, reconheceu que não sabia que o Corinthians jogava.

Já a turista Carmen Jussandra, 33, corintiana, perambulava acompanhada por amigos pelo Mercadão e, vez por outra, parava para ver alguns lances nas TVs das barracas.

Porém afirmou não se tratar de desinteresse dela ou de seus dois amigos corintianos.

"A gente não é de São Paulo. Somos de Picos, Piauí, e esse é o último dia para visitar o Mercadão", justificou.

Houve gente que aproveito o jogo para poder transitar com tranquilidade pelo local.

Foi o caso da advogada Dorcília França, que não torce para time algum. Ela foi fazer compras com sua mãe.

"Sabia que estaria vazio por causa de um jogo, que seria mais fácil caminhar com minha mãe e vou embora antes de [a partida] terminar."

Próximo dali, na 25 de Março, cena rara: veículos transitavam pela rua sem necessitar parar a todo momento.

Um policial militar calculou diminuição de entre 20% e 30% no número de pessoas naquela região em comparação aos dias anteriores.

Mas, como mágica, menos de um minuto após o fim da partida, o trânsito na região do Mercadão e da 25 de Março, que antes fluía livremente, experimentou novamente os congestionamentos.

A rotina da avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, também foi afetada.

Enquanto ruas e calçadas permaneciam vazias, as lanchonetes foram tomadas por torcedores do Corinthians. Os ternos dividiam espaço com os uniformes corintianos.

Dois torcedores, que não quiseram se identificar, falaram que foram liberados por seus chefes para chegar ao trabalho apenas após o jogo.

Um deles acrescentou que mesmo sem a permissão "daria um jeito".

Duas outras torcedoras tiveram menos sorte. Sem o aval dos patrões entrar mais tarde, abandonaram o mesmo bar às pressas. Seu expediente começaria às 9h.

Porém a dupla chegou atrasada ao trabalho, já que esperou a conclusão do primeiro tempo da partida, que foi encerrado por volta das 9h15. Uma delas planejava assistir ao resto pela TV do celular.


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