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Autor de gols no velho estádio trabalha de pintor na reforma

DO ENVIADO A FORTALEZA

Marquinhos pensa um pouco e chega ao número de seis gols no antigo Castelão. Para ele, porém, nenhum deles foi tão bonito quanto ajudar na reforma do estádio.

"Não dá para acreditar quando eu olho para esse estádio. É um estádio de primeiro mundo. A estrutura não se compara com a anterior, é um espetáculo que o brasileiro possa ter construído um estádio assim", afirma o pintor de 39 anos.

Marcos Venícius da Silva não trabalhou com pintura a vida inteira. Ele jogou bola profissionalmente até os 27 anos, quando machucou o joelho e pendurou as chuteiras.

Com passagens por times de menor expressão de Fortaleza, o América e o Tiradentes, Marquinhos atuava de meia-esquerda e lembra de, além dos seis marcados, ter participado de outros 20 gols no Castelão, todos como aspirante ao time profissional.

"Naquela época, começo dos anos 90, os times de base faziam a preliminar das equipes principais. A torcida chegava antes e lotava o estádio para ver a garotada. Eu jogava com a 10, preferia passar a bola para os companheiros", diz Marquinhos.

Em 1997, com 24 anos, o presidente do América, clube que defendia, o envolveu em negociação com o São José, de Macapá. Um bom desempenho o levou depois ao Ypiranga, também da capital do Amapá, onde jogava quando teve a lesão de menisco.

"Eu me machuquei nas férias, jogando na várzea de Fortaleza. Preferi nem voltar para Macapá. Meu pai me chamou e fui trabalhar de pintor com ele", relembra.

Em 2008, foi chamado para trabalhar na manutenção de pintura do antigo Castelão, mas em pouco tempo foi promovido para cuidar do corte do gramado. Quando o estádio fechou para a reforma, Marquinhos foi indicado ao consórcio que assumiu a obra. De novo era pintor.

"Meu sonho agora é ver meu filho jogando nesse estádio. Ele quer ser jogador. Tem 17 anos e joga de volante no União de Fortaleza, que tem parceria com o Corinthians do Nordeste."

O filho de Marquinhos se chama Klinsman, homenagem ao atacante alemão Klinsmann, campeão mundial em 1990.

"Se ele fizer um gol nesse estádio que ajudei a levantar, será perfeito."


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