Folha de S.Paulo

Edgard Alves

Quebrando barreiras

YANE MARQUES, bronze pelo Brasil no pentatlo moderno em Londres-12, fechou a temporada também com o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, no fim de semana, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio.

Priscilla Oliveira e Larissa Lellys, que tinham acabado de chegar, ao lado Yane, de um estágio de treinamento na Itália, ficaram com o ouro e a prata, respectivamente. O trio integra o centro de treinamento da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, em Recife.

Apesar de não ter chegado novamente ao título -é hexacampeã nacional-, Yane encerra a campanha de 2012 quebrando barreiras na modalidade, pouco conhecida dos brasileiros até ela ter subido ao pódio olímpico. A principal delas, a do patrocínio pessoal. Yane praticamente fechou contrato com duas empresas de Pernambuco, uma da linha de bebidas e outra de material esportivo. E a performance em Londres atraiu interesse para o pentatlo moderno, que consiste num conjunto de provas (esgrima, natação, hipismo e evento combinado de tiro e corrida), todas num único dia.

Além da busca por patrocinadores, Yane, 28, conta com respaldo financeiro do programa Bolsa Atleta e dos salários que recebe como sargento do Exército. Assim, juntando as fontes, ganha retaguarda para um plano de treino adequado.

O estágio na Itália, por exemplo, focou especialmente a esgrima. Agora, ela vai tirar férias. Volta a competir em fevereiro, em eventos internacionais. Outro dos seus objetivos, prestes a ser atingido, é concluir o curso de Educação Física.

Fora isso, ela curte as conquistas em sua curta carreira de seis anos no pentatlo, da inclusão do seu nome entre os destaques do ranking mundial e dos títulos de tetracampeã pan-americana e hexacampeã sul-americana.

Uma preocupação de Yane após o pódio londrino parece com os dias contados: ela gostaria que aquela tivesse sido sua última Olimpíada com só uma representante do país no pentatlo moderno. A julgar pela final do Brasileiro, Larissa e Priscila entram na fila das concorrentes.

INTERVENÇÃO

Decisão da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou Eric Maleson da presidência da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) por irregularidades administrativas.

Determinou ainda que o interventor Emílio Strapasson assuma a presidência da entidade e convoque novas eleições.

Tinha sido da CBDG, recentemente, o único voto contra a quarta reeleição de Carlos Arthur Nuzman para a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro.

Maleson havia denunciado invasão de sua sede pelo COB e até exibiu filmagem do ato. As confederações de vela e motor e a de futebol não enviaram representantes para a eleição.