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Mesada

Bancado por prefeitura com royalties do petróleo, Quissamã, 6 anos e nenhum sócio, estreia na primeira divisão do Rio

Daniel Marenco/Folhapress
Estádio do Quissamã, que tem capacidade para 370 torcedores
Estádio do Quissamã, que tem capacidade para 370 torcedores
SÉRGIO RANGEL ENVIADO ESPECIAL A QUISSAMÃ

O clube tem apenas seis anos, não possui nenhum sócio e o estádio tem capacidade para 370 torcedores. A princípio, o perfil poderia ser de time amador. Mas não é.

Impulsionado pelos milhões que a prefeitura recebe de royalties do petróleo, o Quissamã chegou à elite do futebol do Rio de Janeiro.

Campeão da segunda divisão neste ano e com R$ 5 milhões em caixa para gastar, o time financiado pelos cofres da pequena cidade do norte fluminense pretende ser a surpresa do Estadual do Rio, que começa em janeiro.

"Nunca acreditei que poderia jogar contra os melhores times do país. Mas, agora que chegamos lá, vamos fazer de tudo para deixar a nossa marca", afirmou o lateral-direito Bill, 23, que há dois anos trabalhava como pedreiro e torcia da arquibancada pela equipe na terceirona.

Destaques nos torneios de várzea da cidade de cerca de 20 mil habitantes, por R$ 1.500 mensais ele deixou as obras para se dedicar exclusivamente ao Quissamã.

Localizada entre Campos e Macaé, os maiores centros produtores de petróleo do país, a cidade de Quissamã teve um boom econômico.

Neste ano, o município entrou no ranking das cidades com os maiores PIBs (Produto Interno Bruto) per capita do Brasil -R$ 153.770 por habitante. O município do Norte Fluminense está na nona colocação no ranking.

Só de royalties, Quissamã recebeu R$ 92 milhões no ano passado. É a segunda maior arrecadadora per capita do Estado -R$ 20.727. A verba do petróleo corresponde a mais de 50% de sua receita.

Com as novas regras de distribuição de royalties em discussão, a economia do município pode ser afetada.

A cidade se beneficia bem do dinheiro (possuiu boa rede de educação e saúde pública) e não sofre impacto direto da exploração do petróleo com a indústria. Não tem porto nem recebe as grandes empresas do setor.

No Estadual, o Quissamã vai apostar na base. Mas vai reforçar o time em algumas posições pontuais. Na próxima semana, o clube deverá anunciar uma lista de jogadores mais experientes.

Na segunda divisão, a média salarial era de R$ 2.000. Agora, a folha de pagamento vai subir. Mas os dirigentes não revelam para quanto.

Mesmo assim, os salários do Quissamã continuarão bem longe do milionário mundo da elite da bola.

Já foi definido que o teto será de R$ 10 mil.

"A prefeitura é a nossa principal parceira. O futebol serve para projetar a imagem da cidade para o país. O resultado está dando certo", diz o presidente Diones Silva, 26, eleito no ano passado pelos 15 conselheiros do clube.

Apesar da troca de comando na cidade na virada do ano, Silva promete que dinheiro não vai faltar. "Já fizemos um acordo com o novo prefeito", fala o dirigente, funcionário da prefeitura.


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