Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Brasileiros ou africanos?

Fora da elite mundial, quenianos da São Silvestre são soberanos nas principais provas de rua no Brasil

FABIO LEITE RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

Foi numa van que partiu de Nova Santa Bárbara, no norte do Paraná, que alguns atletas africanos chegariam ontem a São Paulo com status de favoritos para vencer a São Silvestre neste ano.

A viagem retrata a rotina de corredores considerados de segunda linha em seus países -Quênia e Etiópia- e que não figuram nem entre os 30 mais bem colocados no mundo. Mas, no Brasil, reinam quase soberanos na elite das provas de rua.

Das 17 principais competições nacionais em 2012, os quenianos venceram 12, contra cinco vitórias brasileiras. Juntos, os africanos nascidos no maior celeiro mundial de maratonistas já faturaram R$ 136 mil em prêmios no Brasil.

Alguns chegam a morar até dois meses no país para participar de até três provas antes de retornarem à África.

Muitos são abrigados no centro de treinamento de Nova Santa Bárbara, do técnico e agente Moacir Marconi, o Coquinho, dono da van que transportou os corredores.

No grupo dos dez estrangeiros agenciados por Coquinho que vão competir na São Silvestre está Mark Korir, 27, um dos favoritos para cruzar os 15 km em primeiro lugar.

Segundo colocado em 2011, Korir tem como melhor marca no ano o 40º tempo nos 10 km, segundo o ranking da Iaaf (federação internacional de atletismo). Aqui, porém, neste ano ele já foi vice na Meia-maratona do Rio, em agosto, e venceu os 10 km Brasil Montevérgine.

"Boa parte deles só compete aqui e no Quênia. Eles estão fazendo grandes resultados aqui quase o ano inteiro", declarou Coquinho.

A mesma estratégia é feita pelo técnico e agente Luiz Antônio dos Santos, que tem como maior aposta para a São Silvestre o queniano Joseph Aperumoi, 22, que só neste ano venceu uma meia e uma maratona em São Paulo.

"Neste ano não há tantos nomes, mas os que vão participar são bons. Eles não têm competido fora do Brasil e isso leva a crer que não são fortes", disse Santos.

Em 2011, o pódio foi formado por dois dos dez melhores maratonistas do ano. A prova foi vencida pelo etíope Tariku Bekele, medalha de bronze nos 10 km nos Jogos Olímpicos de Londres.

Neste ano, nem o aumento da premiação para R$ 50 mil aos vencedores -em 2011 eram R$ 35 mil- atraiu corredores de renome. "O currículo dos atletas era mais forte no ano passado", afirmou o técnico Cláudio Castilho.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página