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Morte não deve alterar trajeto da corrida

SÃO SILVESTRE
Diretor técnico classifica caso como 'fatalidade inexplicável' e descarta mudanças para 2013

FABIO LEITE LUCAS REIS RAFAEL VALENTE DE SÃO PAULO

A morte do auxiliar administrativo Israel Cruz Jackson de Barros, 41, o cadeirante que se chocou contra o muro do estádio do Pacaembu durante a corrida de São Silvestre, anteontem, não deve alterar regras nem trajetos, afirmou o diretor técnico da prova, Manuel Garcia Arroyo.

Barros saiu às 6h50 com outros sete cadeirantes na largada especial para portadores de deficiência. Às 7h, segundo o boletim de ocorrência da polícia, ele se chocou contra o muro do estádio ao descer a rua Itajobi, continuação da rua Major Natanael.

Às 7h35, deu entrada na Santa Casa; morreu às 8h50, dez minutos antes da largada principal. O diretor técnico definiu o caso como uma "fatalidade inexplicável".

"Largaram oito cadeirantes e não aconteceu nada [com os outros]. Estamos aguardando as investigações, mas não faz sentido. Até agora ninguém sabe o que houve", disse Arroyo. "Ele não fez a curva. Não dá para saber se ele se enganou, se não brecou, se houve algum problema com a cadeira."

As descidas no novo percurso, implantado em 2011, eram motivo de preocupação dos cadeirantes. Mas a organização não planeja mudanças para a prova deste ano.

"Todos os cadeirantes andam em alta velocidade na descida. O que se pode fazer é um alerta melhor. A cidade é cheia de subidas e descidas. Não faz sentido alterar o percurso. Seria como mudar uma curva de Interlagos em caso de acidente", disse o diretor.

"Antes da largada, conversei com todos os cadeirantes e disse: 'Não se esqueçam da descida da Major Natanael'. Todos disseram estar atentos. Ele [Barros] era habilitado, passou pelos testes."

O acidente deve ser investigado pela polícia, que apreendeu a cadeira de Barros, importada do Japão.

Segundo o boletim de ocorrência, ele ganhou muita velocidade, perdeu o controle e não há testemunhas. A organização diz que participantes viram a "forte queda".

O comitê organizador só anunciou a morte de Barros às 18h, nove horas depois do óbito. Antes, às 12h43, divulgou nota declarando que "em linhas gerais a corrida foi um sucesso". Ontem, informou que prestou assistência à família e que vai arcar com os custos de transporte do corpo até Ananindeua, no Pará, onde morava o para-atleta.

A mulher de Barros, Adriana Mendonça Silva, queixou-se da falta de informações. Ela soube da morte do marido após telefonema do delegado. "Eles [organização] não querem queimar a imagem da corrida. Ninguém me ligou, não falam nada."

A organização informou que manteve diálogo com o patrocinador de Barros.

Assista a trechos da prova dos cadeirantes

folha.com/no1208888


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