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Brasileira volta 4 meses após acidente vascular
MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULOTarzan, Taz, Danão. Os apelidos que Dani Piedade, 33, já recebeu em times nos quais atuou mostram que a força física é uma das principais características dela.
O AVCI (acidente vascular cerebral isquêmico) que a jogadora da seleção brasileira de handebol sofreu em 29 de setembro pôs interrogações na cabeça da pivô. A maior: "Acontecerá de novo?".
Quatro meses depois, na véspera da volta às quadras para um jogo oficial, ela já encontrou algumas respostas.
"Está na hora de voltar a trabalhar decentemente", brinca, aos risos, à Folha.
Com essa "felicidade", diz, vai estrear por seu clube na Liga dos Campeões da Europa (que já está na segunda fase), hoje, contra o Zvezda, da Rússia. Ela sofreu o AVCI ainda no aquecimento antes de uma partida, já em quadra.
A pivô foi contratada pelo Krim Mercator, da Eslovênia, semanas antes do incidente que a deixou por 13 dias em um hospital de Liubliana, capital eslovena, onde mora.
"Estou muito ansiosa, mas me sentindo superbem", conta a pivô, que deve atuar cerca de 15 minutos. Ela voltou a treinar em 18 de janeiro.
Nesses quatro meses de recuperação, Dani mudou sua rotina fora das quadras.
Deixou de tomar pílula anticoncepcional (que, estatisticamente, poderia aumentar em até sete vezes a probabilidade de ocorrer um AVCI) e passou a tomar diariamente um medicamento para "afinar o sangue".
A única sequela que ainda tem é uma pequena dormência na mão direita que, segundo os médicos, pode demorar meses para sumir.
"Nunca tive receio de voltar a jogar", afirma.
Pelo contrário, Dani adiou a aposentadoria que planejava para o fim do contrato com o time da Eslovênia, em junho de 2015, para depois da Olimpíada do Rio, em 2016.