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Tribunal vai investigar benefício a organizadas

ARQUIBANCADA
Inquérito apurará venda de meia-entrada feita por clubes

EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO

O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo abriu inquérito para investigar se os clubes comercializam irregularmente ingressos de meia- -entrada de jogos para as torcidas organizadas.

A iniciativa foi motivada, parcialmente, por causa da indicação do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, de que os grupos de torcedores conseguem com os clubes bilhetes com desconto de 50%.

De acordo com o TJD, existe a suspeita de que as organizadas vendam os ingressos com desconto para filiados que não estão enquadrados nos critérios de elegibilidade do benefício da meia-entrada, como estudantes e pessoas com mais de 60 anos.

Outra hipótese é que parte dos bilhetes adquiridos pelas torcidas acabe nas mãos de cambistas, que os revendem com ágio ao torcedor comum.

A medida não se trata de ação isolada. No mês passado, a Federação Paulista de Futebol endureceu as regras contra a entrada de fogos de artifício nas arenas, com punições financeiras aos clubes.

"Há tempos dizem que os clubes passam ingressos de meia-entrada para as organizadas, e eles terminam com quem não é estudante ou idoso. O que o Paulo Nobre falou serviu apenas de gancho", afirma Mauro Marcelo de Lima e Silva, presidente do TJD.

"Se isso acontece, queremos chamar a responsabilidade para os clubes", diz Lima e Silva. "Essa é uma maneira de apertarmos o cerco em relação às organizadas."

O mandatário do TJD esclarece que seu inquérito não tem força "policial". Mas diz que o que for apurado será encaminhado ao Ministério Público e também à Procuradoria-Geral da República.

Especialistas afirmam que constituiria sonegação fiscal a venda de meias-entradas a pessoas que não se enquadram em sua elegibilidade.

"No caso de entidades sem fins lucrativos [os clubes de futebol], o INSS incide sobre a receita total. [A venda de meia-entrada a quem não faz jus a ela,] constitui sonegação fiscal se esse valor não for regularizado na declaração de renda", explica João Elói Olenike, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário.

"Toda e qualquer medida que vise acabar com o problema da violência no futebol tem o apoio integral do Palmeiras", afirma Paulo Nobre.

Há outras medidas que têm como alvo as organizadas.

O presidente da federação, Marco Polo Del Nero, defende que os clubes organizem as suas próprias torcidas.

"Os clubes poderiam convidar torcedores para se concentrarem em suas sedes para ir para os jogos, promover atividades monitoradas. Isso tiraria os bons [torcedores], que hoje não têm outra opção, de organizadas, que são comandadas por vândalos."

Procurados na tarde de ontem pela Folha, dirigentes de São Paulo, Corinthians e Santos não haviam feito contato até a conclusão desta edição.


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