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Lúcio tropeça em campo e tenta se readaptar à rotina no Brasil

SÃO PAULO Família se confunde com português e teme violência após 12 anos na Europa

ELIANE TRINDADE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

De volta ao Brasil após 12 anos na Europa, o zagueiro Lúcio, 34, ainda derrapa.

Em campo, vê como um sonho distante a volta à seleção para a Copa-2014, planejada quando, em dezembro, assinou por dois anos com o São Paulo. Afinal, o ex-capitão do Brasil está no olho do furação da crise que assola a equipe.

A defesa é o setor que mais sofre críticas da torcida. Além disso, o jogador entrou em polêmica na última quinta.

Após ser sacado por Ney Franco na derrota por 2 a 1 para o Arsenal-ARG, pela Libertadores, o zagueiro nem esperou os companheiros para ir para o ônibus da delegação. Depois, cutucou seu treinador ao dizer que "o jogo estava empatado" quando saíra.

Hoje, contra o Oeste, pelo Paulista, Lúcio terá de cumprir suspensão por ter retribuído com cotovelada à provocação do palmeirense Valdivia no domingo passado.

Comportamento que a diretoria não esperava quando o buscou na Juventus.

Fora de campo, Lúcio vive um processo parecido ao que enfrentou quando trocou o Inter pelo Bayer Leverkusen, no fim de 2000: a adaptação.

"Era inverno, e eu falava mal, mal português", recorda sobre a ida ao exterior.

Agora, quem sofre com as dificuldades da língua são os filhos, Victória, 14, João Victor, 10, e Valentina, 5. A mais velha, que foi bebê para a Alemanha, é poliglota, mas ainda derrapa no português.

"A gente sempre se comunicou em português em casa, enquanto eles falavam inglês na escola e alemão ou italiano na rua", conta Lúcio. Outro dia, em um papo com o pai, Victória admirava as antenas da avenida Paulista. "Parece a Eiffel Tower", comparou, sem conseguir se lembrar da palavra torre.

Matriculados em uma escola bilíngue, os filhos do jogador estudam formalmente a língua portuguesa pela primeira vez. "Eu me confundo com coisas bobas, como mais e mas", diz Victória.

A garota estudiosa já tomou as primeiras lições sobre segurança. Ao lado da mãe, Dione, 37, presenciou um assalto na Paulista, nos arredores do hotel em que a família estava instalada.

"Um rapaz passou numa bicicleta e roubou a carteira de um senhor", relata a mulher do jogador. O episódio fez Dione reforçar aos filhos pequenos cuidados.

Lúcio e a família descobriram o quanto o Brasil se tornou caro. Ele diz ter se assustado com o preço de um filé num restaurante: "R$ 120!".

A escola bilíngue que os filhos estudam custa mais que as similares europeias.

O jogador leva a vida sem ostentação, mas confortável. Começou a reformar o apartamento comprado num condomínio de luxo na zona oeste. Também reforma uma casa em Brasília. "Após a carreira, será nosso cantinho."


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