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Cafuné

Donos da rua

CLARICE REICHSTUL COLUNISTA DA FOLHA

Rua fechada pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Em frente à escola infantil Alecrim, bandeirinhas enfeitam a via. Crianças e adultos andam por ali encantados com a possibilidade de uma festa na rua.

Embora isso aconteça todos os anos, o fechamento do quarteirão é um evento à parte. Dentro da escola, as barracas estão concorridas --e todo mundo anda com suas sacolinhas cheias de de prendas da festa junina.

A mesa é farta, como deve ser a mesa de uma festa comunitária, em que cada um traz uma comida e uma bebida. Lá pelas quatro horas, começam as apresentações das quadrilhas ensaiadas pelas séries do colégio: elas vão da mais tradicional a vaquejada, coco, forró, Chuck Berry, Raul Seixas, misturando rock com xote, e até uma homenagem a Jair Rodrigues, que morreu este ano.

Pais e alunos ficam em volta da pista de dança improvisada. Silvia, a diretora da escola, vai comandando as danças e animando o pessoal. Vizinhos e curiosos participam, fazendo da festa algo realmente importante para o bairro.

À noite cai, e uma turminha de crianças corre ladeira abaixo, aproveitando a liberdade de não ter carros na rua. Essa imagem não sai da retina, mesmo depois do fim da festa. Como precisamos de coisas assim em São Paulo. Elas fazem com que tudo tenha uma dimensão mais humana, próxima. Nessa festa, somos donos da rua e da nossa cidade, e isso faz um bem danado ao coração.


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