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Exposição em SP homenageia Lasar Segall

DE SÃO PAULO

No mesmo mês e ano em que Duchamp e Matisse assombraram Nova York, Lasar Segall fez sua primeira exposição em São Paulo, marcando a entrada do modernismo no país e causando alvoroço no meio intelectual da época.

Influenciado pelos interiores soturnos e as figuras marginais do impressionismo alemão, Segall teve sua técnica elogiada por críticos paulistas -mas seu "temperamento impetuoso e esquisito" seria reprovado nas resenhas.

Cem anos depois da estreia do modernista no Brasil, o Museu Lasar Segall abriu neste mês uma mostra com quatro das 52 obras exibidas então, entre elas "O Violonista", com clara influência de Cézanne, e "O Asilo de Velhos", em que o russo tentou revisitar os traços e a estética do holandês Rembrandt.

"Causou estranhamento na exposição de Segall a força da modernidade que já estava ali", diz Vera d'Horta, curadora da mostra. "Mas as críticas que ele recebeu mostram um descompasso entre o que ele fazia e o padrão aceito pela alta burguesia."

De fato, os lampejos de modernidade na obra de Segall contrastavam com as naturezas-mortas e paisagens em voga em São Paulo. Tanto que a estreia de um moderno como Segall acabou preparando o terreno para a polêmica mostra de Anita Malfatti em 1917, que foi atacada com ferocidade pela crítica.

Segall só não teve o mesmo destino por ser estrangeiro e ter sido acolhido pela aristocracia local. Sua irmã era casada com Salomão Klabin, amigo do senador-mecenas Freitas Valle, que levou o crítico de "O Estado de S. Paulo", Nestor Rangel Pestana, para conhecer o artista.

Dez anos depois da estreia brasileira, Segall se mudaria para São Paulo, inaugurando essa fase de sua obra com um autorretrato em que se pintou mulato -um sinal de que estava vindo para ficar.


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