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Festival de Curitiba abre hoje com olhar mais experimental

Mostra oficial do maior evento teatral do país apresenta, até 7/4, oito estreias nacionais e peças de seis Estados

Concebido para abrir o festival, espetáculo do grupo argentino Ojalá cria imagens fortes com água brotando do palco

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Em comparação com as seleções de peças apresentadas nos dois últimos anos, o Festival de Curitiba chega a sua 22ª edição menos afeito ao hall das celebridades e do teatro de essência comercial.

Mais do que em 2011 e 2012, o evento trará à tona -de hoje ao dia 7 de abril- uma programação de espetáculos com foco na pesquisa de linguagem e no estímulo às companhias de repertório.

Depois de apresentar, no ano passado, uma edição que repetia nomes já vistos à exaustão no próprio Festival, a mostra oficial se abriu mais para novidades.

Incluiu grupos pouco vistos em sua programação, como a Cia. de Teatro Balagan, com seu "Recusa", que rendeu a Maria Thaís o Prêmio Shell de melhor direção deste ano. Há mais de dez anos o grupo não participava do festival.

ESTREIAS NACIONAIS

"Recusa" faz parte da grade de 24 espetáculos pinçados entre aqueles que já estiveram em cartaz, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Há presença de outros quatro Estados. Minas Gerais, por exemplo, participa com "Prazer", do grupo Luna Lunera. E da Bahia vem a peça "Breve", de Thiago Romero.

Na mesma grade da mostra oficial, são oito as estreias nacionais. É o mesmo número do ano passado, mas há agora a proposição de um modelo que pode render guinada dentro da mostra. O festival, enfim, começa a experimentar um sistema de encomendas, fazendo a ponte entre artistas e empresas que financiam suas edições.

"Parlapatões Revistam Angeli", dos Parlapatões, e "Cine Monstro Versão 1.0", do diretor e ator Enrique Diaz, são as duas peças bancadas por um dos patrocinadores do evento. "Homem Vertente", a terceira delas, é um espetáculo concebido pelo grupo argentino Ojalá com atores curitibanos, como uma produção exclusiva do evento.

ÁGUA NO PALCO

Com influência dos espetáculos-show de seu conterrâneo Fuerza Bruta, o Ojalá propõe uma montagem que cria imagens de impacto com água brotando de todos os lugares do palco, inclusive de dentro dos trajes utilizados pelos intérpretes.

A montagem abre hoje o festival, às 21h, no parque Barigui, para convidados. Depois volta a ser apresentado em cinco dias.

Tanto as estreias nacionais quanto as produções incentivadas ou produzidas pelo festival dão corpo à estratégia de atrair público de fora da cidade de Curitiba.

"Ao propor espetáculos inéditos, claro que estamos pensando em atrair plateias de outros estados", diz um dos curadores da mostra, Celso Curi. Mais de 90% do público do festival, no entanto, ainda é formado por gente da capital paranaense e de sua região metropolitana, segundo estudos do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba.

A curadoria -formada por Celso Curi, Lucia Camargo e Tania Brandão- fiou sua busca "na revelação dos limites da invenção textual e cênica". Segundo Curi, esse recorte colocou em evidência espetáculos que trazem a música não como trilha sonora, mas como "elemento fundamental" de suas concepções.

"Não é novidade, mas parece ter ganhado espaço no ano passado um tipo de produção que traz a música ao primeiro plano", diz Curi.

A grade também se abriu a espetáculos internacionais. No total, são quatro, entre eles o sul-coreano "Pansori Brecht Ukchuk-Ga", que põe em cena a cantora Ja Ram Lee acompanhada de um baterista. As músicas adaptam texto de "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt Brecht.

Segundo Curi, a peça chega a Curitiba com subsídio do governo sul-coreano, num tipo de acordo que deve se consolidar nas próximas edições.


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