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Lollapalooza 2013

Alabama Shakes brilha com voz rara e velhos truques

Herdeiro do rock e do soul clássicos, quarteto toca no Jockey Club e em shows paralelos no Cine Joia e no Rio

Comparada a Robert Plant e Tina Turner, Brittany Howard diz que não precisa fazer esforço para soar velha

RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO

Em uma época marcada pela exploração comercial do retrô, é justamente a falta de alinhamento à nostalgia que chama a atenção no Alabama Shakes. O grupo se apresenta neste sábado no palco Alternativo do Lollapalooza.

O burburinho sobre o disco de estreia, "Boys & Girls", de 2012, se sustenta na combinação jovial de elementos antigos. Em particular as mesclas roqueiras de blues e soul dos anos 1970, influenciadas por nomes como Muddy Waters e Otis Redding. Foram revigoradas, é verdade, por grupos como Black Crowes, mas depois passaram quase esquecidas.

Ainda que vigorosos, os arranjos da banda não dispensam a sutileza, na contramão das guitarras musculosas que ameaçaram de extinção o rock simples de acento sulista.

Tudo em sintonia para brilhar a voz de Brittany Howard. Híbrido de Tina Turner, Janis Joplin e Robert Plant, a cantora e guitarrista vem incendiando plateias com interpretações que contrastam com o visual nada rockstar.

Humilde, ela agradece a "bênção" de ter cruzado caminhos com "os garotos"

Heath Fogg (guitarra), Zac Cockrell (baixo) e Steve Johnson (bateria), além do tecladista Ben Tanner nos shows.

As coisas aconteceram rápido para o Alabama Shakes. Até lançar o primeiro EP, em 2011 (pela gravadora Third Man, de Jack White), Howard trabalhava nos correios.

DERRUBANDO ADELE

Desde então o grupo acumula feitos notórios, como desbancar Adele das paradas britânicas na semana do lançamento do disco de estreia, acompanhar White em turnê e ser definido como "a maior nova banda do mundo" pelo semanário britânico "New Musical Express".

Criada ao som de Black Sabbath, Queen, Led Zeppelin, Tina Turner e James Brown, a cantora -que é fã de Nina Simone e elege o AC/DC como banda dos sonhos- não dá bola para o saudosismo.

"Não nos vemos no soul retrô. Somos uma banda de rock acima de tudo", decreta. Ela debocha do falado resgate, questionável a começar pelo termo, já que o gênero nunca de fato desapareceu.

"Estou ficando velha, não preciso me esforçar para parecer retrô!", diverte-se, aos 24 anos. E completa: "Só tento soar como eu mesma."

É difícil discordar. As 11 faixas (14 no LP) exibem despudorados erros, barulhos e grunhidos que, sob os parnasianos padrões da indústria musical e do pop, seriam limítrofes do amadorismo.

"Não gostamos de nos angustiar gravando 20 vezes a mesmo canção. A beleza está na energia, no sentimento e também nas verrugas", diz.

Sua banda faz escala no Jockey Club e depois toca nos shows paralelos do evento: domingo (31), no Cine Joia, e segunda (1º/4), no Circo Voador, no Rio de Janeiro.

Onde a nova diva do rock estará mais à vontade? "Preferimos clubes roqueiros pequenos e suados. É onde crescemos e aprendemos tudo."


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