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Considerado o 'hype' do ano, Foals mira a consagração no Lolla

Com mais de 90 shows agendados até novembro, banda inglesa apresenta novo disco no Jockey Club

"Sei das reações, mas não faço disso uma obsessão", diz líder da banda sobre aclamação da crítica especializada

RAFAEL GREGORIO DE SÃO PAULO

Math-rock, dance-punk, minimal-techno. São esquisitos os termos comumente usados para definir o som do quinteto inglês Foals. "Essas bobeiras só me confundem", disse Yanni Philippakis, 26, o vocalista, em entrevista por telefone à Folha.

A banda toca hoje às 15h15 no festival Lollapalooza, que acontece no Jockey Club, em São Paulo.

Impulsionado por "Holy Fire", o terceiro disco, lançado em fevereiro deste ano, o grupo vem lotando shows no Reino Unido.

"Sei das reações, até porque gosto de ler jornais. Mas não faço disso uma obsessão", diz Philippakis, cuja notória autocrítica o leva a discordar de reportagens muito positivas sobre seu trabalho.

O fervor de imprensa e público, porém, rendeu dividendos: já são quase 90 shows marcados até novembro.

Na música que produz, o quinteto britânico alterna ambiências típicas do indie, momentos explosivos e arranjos detalhistas e, por que não, cerebrais, como na canção "Inhaler", um hit.

A abordagem calculada, entretanto, não limita a emoção, em especial graças à tradução bastante singular do grupo para raízes rítmicas afro-americanas.

A HORA DO "HYPE"

O Foals nasceu em Oxford, na Inglaterra. Desde 2008, quando lançou o disco de estreia, "Antidotes", e depois, com "Total Life Forever", lançado em 2010, vem sendo apontado como "a próxima grande coisa" na cena musical internacional.

"O 'hype' é como uma febre, te adoece", diz o tecladista Edwin Congreave. Completam o time o baterista Jack Bevan, o guitarrista Jimmy Smith e o baixista Walter Gervers.

Hoje mais perto da consagração, a banda mantém uma linguagem visual bastante peculiar.

Parceiros como o amigo e cineasta Dave Ma ajudaram a criar vídeos como o de "Blue Blood", em que uma criança de feições adultas tem uma epifania diante de um público desconsertado.

Ao seu modo, Philippakis diz se sentir assim. Embora sua gentileza durante a conversa afaste essa imagem, o cantor, que tem um histórico de abandono paternal, é notório por arroubos bipolares.

Na adolescência, aliviou aflições ouvindo Prince e Primal Scream, entre outros pinçados pelo irmão mais velho, que lhe gravava fitas.

"Minha mãe ouvia canções de seu país (África do Sul) e meu pai é um músico folk grego. Não tivemos Beatles, Rolling Stones e Led Zeppelin em casa", diz.

Ele concorda que o fazer artístico é libertador, "mas também frustrante se algo não sai bem".

Para a tranquilidade dos fãs, o momento de trocar criatividade por paz interior está longe. "Fazer canções a partir da instabilidade emocional tem me ajudado. É um tipo de terapia", diz.

Sobre o Brasil, ele guarda boas lembranças de visitas anteriores. "Das pessoas, que são lindas, e do Ayrton Senna. Estar de alguma forma próximo dele é especial", e conta as horas para hoje à tarde. "Há uma energia específica que só multidões podem criar. Quase um barato narcótico", anima-se. "E estamos em um grande momento", admite.


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