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Tom Hanks vive colunista na Broadway

Ator incorpora Mike McAlary, vencedor do prêmio Pulitzer em 1998, em peça que mostra cotidiano das Redações

"Lucky Guy" foi escrita pela também jornalista Nora Ephron, que assim como McAlary, morreu de câncer

JOANA CUNHA DE NOVA YORK

O bom-mocismo ao qual se habituaram os espectadores de Tom Hanks no decorrer de sua carreira no cinema não chega a desaparecer quando ele sobe aos palcos da Broadway na peça "Lucky Guy", em cartaz até o dia 16 de junho.

Ainda que o seu papel seja o de reviver o talentoso e arrogante colunista Mike McAlary -vencedor do prêmio Pulitzer em 1998 por uma reportagem sobre o tratamento brutal que um imigrante recebeu da polícia de Nova York-, Hanks não abandona seu ar de generosidade.

A quem pagou até US$ 300 (R$ 607) para vê-lo a partir dos melhores lugares, o vencedor do Oscar por "Forrest Gump" (1993) e "Filadélfia" (1994) retribui ignorando a quarta parede para brincar com a plateia rapidamente em sua primeira cena.

O afago devolve o longo aplauso com que é recebido ao pisar no palco e as gargalhadas do público a cada vez que o jornalista, especialista em coberturas policiais, pronuncia a palavra "fuck".

Além de telefones tocando, batuques de teclados e fumaça de cigarro, a velocidade e a temperatura das Redações dos anos 1980 e 1990 aparecem no ritmo com que o texto da jornalista Nora Ephron conduz o espetáculo, que parece durar poucos minutos.

Morta em 2012 por um câncer, que também foi fatal para McAlary, Ephron não acompanhou os ensaios.

A cena do jornalista hospitalizado após descobrir a doença desconforta parte da plateia, mas ainda descola risos da parcela mais animada.

Quem compra o ingresso com a intenção de chegar perto de Hanks pode aproveitar para aprender procedimentos do cotidiano jornalístico, como apuração e edição.

Antes de iniciar a história do bem-sucedido McAlary, o editor Hap Hairston, vivido por Courtney B. Vance, afirma apontando para uma edição de "The New York Times": "Este é um jornal sério. Isto são tabloides".

O personagem de Vance interage com os fãs de Hanks ao segmentar a sociedade nova-iorquina dos anos 1980 entre ricos, apontando para os que pagaram ingressos mais caros, e pobres, indicando os que ficam nos balcões por preço regular. E repete o gesto ao falar de brancos e negros, novamente sob risos.

O preço não impede quem tem orçamento reduzido de ver Hanks em carne e osso.

Em "Lucky Guy", também há chance para quem tiver disposição de ficar em pé por cerca de duas horas pagando menos de US$ 30 (R$ 61).

A promoção não é disponível em todos os espetáculos da Broadway.


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