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Feira de gigantes

SP-Arte começa amanhã com as cinco maiores galerias de arte do mundo e obras de até R$ 14 mi

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Estão chegando os gigantes. Quando a nona edição da feira SP-Arte abrir as portas no pavilhão da Bienal amanhã, estarão debaixo do mesmo teto as cinco maiores e mais poderosas galerias de arte do mundo, com obras de grifes como Picasso, Alberto Giacometti e Gerhard Richter.

Numa reunião inédita abaixo da linha do Equador, Gagosian, White Cube, Pace, David Zwirner e Hauser & Wirth -juntas no topo da pirâmide de faturamento global da arte- estão trazendo a São Paulo peças que valem até R$ 14 milhões, sem medo de que encalhem nos estandes.

"Não sei se eles esperam vender tudo. Uma boa parte disso é para marcar território, mostrar a posição que eles têm no mercado", diz Fernanda Feitosa, diretora da feira. "Não é pechincha. Elas não estão vindo para brincar."

Não mesmo. Desde que a feira paulistana, a exemplo de sua rival carioca ArtRio, assegurou a isenção de parte dos impostos sobre obras importadas à venda na feira, as portas para o mercado internacional -que antes sofria uma tarifação de quase 50% sobre o valor de cada trabalho- foram escancaradas.

Quem deu o primeiro passo foi a gigante britânica White Cube, que estreou na SP-Arte no ano passado e, de quebra, abriu uma galeria paulistana, que já vendeu metade das obras de Tracey Emin, a primeira artista de seu elenco a expor no país.

No rastro da White Cube, que volta à feira com obras de Damien Hirst e Antony Gormley de até R$ 3 milhões, vieram outras 40 casas de fora -a maior presença estrangeira na história da SP-Arte, que neste ano tem 122 galerias.

Esse "marco histórico", nas palavras de Feitosa, reflete o interesse maior dos colecionadores brasileiros pelos artistas estrangeiros.

Mesmo que o país responda por só 1% do valor total de vendas no mundo, R$ 1,2 bilhão em arte foi vendido aqui no ano passado, segundo um estudo divulgado pela feira holandesa Tefaf em março.

Enquanto exportações do setor caíram 15% no mundo, galerias brasileiras aumentaram a participação estrangeira em 47% nos últimos dois anos -ou seja, com a retração no mundo desenvolvido, estrangeiros veem no Brasil um mercado novo e potente.

"Brasileiros querem fazer parte do diálogo internacional", diz Victoria Gelfand Magalhães, da Gagosian. "O mercado está abrindo cada vez mais. É palpável o desejo dos colecionadores de ter esses grandes nomes globais."

Na mesma linha de raciocínio, a Pace, uma das mais tradicionais galerias de Nova York, estreia na SP-Arte com um estande "exagerado".

"Quisemos trazer as coisas mais importantes, o que não se vê todo dia", diz Marc Glimcher, diretor da Pace. "Era para exagerar mesmo, mostrar o que temos de melhor."

Nesse recorte estelar, vieram obras de Mark Rothko e Alexander Calder, que custam de R$ 10 milhões a R$ 14 milhões -preços exatos não costumam ser divulgados.

Outro nome que deve chamar a atenção é o alemão Gerhard Richter, que já teve uma obra leiloada por R$ 69 milhões, e terá uma tela, de valor não revelado, na Van de Weghe, uma das líderes globais do mercado "blue chip" -o segmento das peças mais caras, raras e disputadas.

Christophe Van de Weghe, dono da galeria, diz que trouxe essa e outras obras de Picasso e Calder para "mostrar a cara" no país. "Quero que vejam que, em vez de comprar trabalhos de jovens artistas a preços altíssimos, é possível ter até um Picasso."


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