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Cinemateca tem contas limitadas, perde funcionários e congela planos

Ex-menina dos olhos do MinC absorveu R$ 105 milhões desde 2008 para projetos e instalações

Ministério da Cultura faz pausa para rever destino da verba; Marta assume gestão da crise iniciada em janeiro

SILVANA ARANTES DE SÃO PAULO

O Ministério da Cultura (MinC) trata publicamente como uma "crise de crescimento" -nas palavras de Leopoldo Nunes, secretário do Audiovisual- a turbulência que ameaça paralisar a Cinemateca Brasileira.

Desde 2008, a Cinemateca obteve R$ 105 milhões para realizar projetos, renovar e ampliar suas instalações.

A cifra foi informada à Folha pela Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC), signatária de termo de parceria com o MinC que prevê a gestão conjunta das atividades.

Os sinais de vigor da Cinemateca eram vistos como exemplo de êxito e faziam da instituição uma espécie de menina dos olhos do MinC.

Agora, o ministério avalia que falhou na obrigação de acompanhar acuradamente a aplicação dos recursos. E fez pausa para sua revisão.

Após a exoneração do diretor da Cinemateca, Carlos Magalhães, em janeiro passado, a SAC não tem recebido luz verde do MinC para movimentar a conta corrente com dinheiro destinado a projetos da entidade.

Estão depositados nela R$ 8,3 milhões, segundo informações obtidas pela Folha junto à SAC. Incapaz de acessar os recursos, a SAC dispensou 57 profissionais que estavam sob sua contratação.

Com as dispensas, o quadro de funcionários que executam atividades regulares na Cinemateca caiu de 132 para 75. "Estamos parando", diz Maria Dora Mourão, conselheira da SAC. "Tratam-nos como um bando de amigos que se deleitaram com tanto dinheiro. O trabalho está todo comprovado. A SAC é auditada pela Pricewaterhouse. Decidimos contratar a Price para uma auditoria analítica -pegar todos os documentos e analisar tudo o que foi feito e os resultados", afirma.

Protegendo suas identidades sob o guarda-chuva de uma Comissão de Funcionários, os profissionais contratados pela SAC que permanecem na Cinemateca expressaram à Folha o temor de que a transição administrativa seja "fatal para a instituição".

O presidente do Conselho da Cinemateca, o professor e crítico Ismail Xavier, reuniu-se anteontem com a ministra Marta Suplicy (Cultura) para tratar do assunto.

"Foi uma reunião muito produtiva. Estabeleceu-se uma plataforma de diálogo", afirma Xavier.

Em resumo, Marta assumiu a gestão da crise.


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