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Crítica - Pop

Box reúne viagem nostálgica de Rod Stewart

Reeditados em caixa, quatro CDs trazem roqueiro inglês cantando músicas americanas das décadas de 1920 a 1950

THALES DE MENEZES EDITOR-ASSISTENTE DA "ILUSTRADA"

ROD STEWART LEVOU CANÇÕES "NOVAS" A SEUS FÃS ROQUEIROS QUE NUNCA ESCUTARAM UM DISCO DE NAT KING COLE

São notórios os casos de artistas que conseguem "se reinventar". Gente que muda radicalmente o foco do trabalho quando o filão parece esgotado ou quando os anos de carreira deixam seu nome sem aquele ar de novidade.

O inglês Rod Stewart, 68, protagoniza uma das histórias mais relevantes dessa tal "reinvenção". Na estrada desde os anos 1960, seu rock que foi ficando cada vez mais pop deixou de fazer alguma diferença há tempos.

A partir da segunda metade da década de 1980, os discos se repetiram sem destaque. Conseguiu um single aqui ou ali, às vezes um clipe rodando bem na MTV. E só.

Até que ele reencontrou o grande sucesso na década passada com uma fase de álbuns nos quais gravou standards da música americana.

Esse filão de ouro acaba de ser reempacotado na caixa "The Great American Songbook". São quatro CDs, que foram lançados individualmente entre 2002 e 2005.

"Standard" é a classificação dada a uma música muito popular em seu gênero, mas quase sempre é usada para definir as canções americanas de muito sucesso entre os anos 1920 e 1950.

Quando lançou "It Had to Be You: The Great American Songbook", em outubro de 2002, a primeira impressão era de que Rod gravara um disco "cafona" para vender alguma coisa no Natal.

Mas o álbum vendeu muito no Natal, é verdade, e continuou vendendo depois. Rod alcançou o segundo lugar na parada americana, sucesso que deu origem a um novo volume de regravações em 2003.

A mesma lógica de mercado motivou mais dois discos da série, em 2004 e 2005.

Era impossível prever tanto sucesso. Rod levou canções "novas" aos fãs roqueiros, público que provavelmente nunca escutou o cantor Nat King Cole (1919-1965) ou não sabe quem foi o compositor Cole Porter (1891-1964), estrelas desse repertório.

Mais do que ousado, Rod foi corajoso. Sua voz tão peculiar -rouca e nasalada ao mesmo tempo- ajudou a transformá-lo em um grande cantor de rock, mas, numa primeira audição, não combina com standards.

FORTE CONCORRÊNCIA

Rod canta músicas que, entre inúmeras regravações durante décadas, já foram ouvidas nas vozes poderosas de Frank Sinatra, Ray Charles, Tony Bennett, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Doris Day e Louis Armstrong.

É melhor evitar comparações. A voz de Rod se sai melhor em algumas faixas, soa estranha em outras, mas ele é um cantor competente pata não estragar esses clássicos.

Ao vivo, os shows com esse material ganharam muito com seu inegável carisma.

A caixa só não é completa porque falta o quinto volume, que ele lançou em 2010. De qualquer forma, é um passeio pela melhor música americana, guiado por inglês.


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