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Mostra paralela à SP-Arte tem Anish Kapoor e Ryan Gander

Obras da galeria Lisson estão agora no Centro Brasileiro Britânico

SILAS MARTÍ DE SÃO PAULO

Numa sala branca estão centenas de flechas pretas fincadas no chão e nas paredes. "É como se um exército invisível tivesse passado por aqui", diz Alex Logsdail. "Ou uma chuva de flechas."

Um dos diretores da galeria britânica Lisson, Logsdail descreve a instalação de Ryan Gander agora em mostra do Centro Brasileiro Britânico que reúne o elenco da casa de Londres, uma das mais tradicionais na cena europeia.

Desconsiderando a estranheza de uma galeria levar peças que estão à venda para um espaço institucional como o centro cultural em Pinheiros, essa é uma chance de ver com calma, longe do furor da SP-Arte, trabalhos de artistas como Anish Kapoor, Tony Cragg e Jason Martin.

No caso de Kapoor, que tem duas esculturas na mostra, espelhos côncavos que simulam uma espécie de buraco negro, a Lisson também levou obras do indiano à SP-Arte, que vai até domingo. Mas no elenco da galeria -e na mostra- ele está longe de ser o centro das atenções.

Desde que foi fundada em 1967, a Lisson vem construindo um elenco de peso, de nomes já tradicionais como o escultor Tony Cragg e o pintor Jason Martin, famoso pela gestualidade exacerbada em suas telas e instalações.

Mas a mostra também destaca um dos nomes mais originais que ganhou projeção nos últimos anos. Embora Ryan Gander tenha aqui um trabalho mais antigo, e não por isso ruim, o britânico teve uma das obras mais elogiadas na última Documenta, em Kassel, na Alemanha.

Na exposição alemã, Gander tinha as duas primeiras salas do principal espaço da mostra. Decidiu deixar tudo vazio e instalou ventiladores escondidos criando uma corrente de ar potente nas salas brancas, uma brisa que servia de prelúdio para o resto dos trabalhos, centenas deles atulhados na sala de trás.

"Era uma reflexão sobre a ausência", diz Gander. "Pensei nesse vazio porque o contexto ali era de centenas de artistas brigando por atenção. Eu tinha o maior espaço e quis fazer uma negação de tudo aquilo ao redor."

Cragg, escultor de formas tortuosas, como se fossem ciclones petrificados, tem na mostra do Centro Brasileiro Britânico uma dessas peças, em bronze, e outra em que mostra os cacos de dois tigres de porcelana destroçados em caixas de metal, uma interpretação um tanto iconoclasta da ideia de escultura.

Outro artista que questiona conceitos clássicos, Jonathan Monk tem uma obra que dá o título da mostra. "Nostalgia para o Futuro" é uma projeção em laser dessa mesma frase, que embaralha as noções de tempo e história.


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