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Verso reverso controverso

Nova antologia revisa marco histórico da poesia brasileira e chega até o século 21

RAQUEL COZER COLUNISTA DA FOLHA

Duas antologias nunca serão iguais, mas num ponto aquelas publicadas em território nacional vinham concordando: a história da poesia brasileira começa no período colonial, com José de Anchieta (1534-1597).

Esse é um marco que "Poesia.Br", nova antologia organizada por Sergio Cohn, 38, desafia. O primeiro dos dez volumes que o poeta e editor da Azougue acaba de lançar em uma caixa, totalizando 1.432 páginas, aborda os cantos ameríndios.

Os estudos dessa vertente vêm de décadas passadas, mas seus resultados permaneciam fora das antologias de poesia publicadas no Brasil -uma exceção, curiosamente, é uma edição bilíngue lançada em 2003 na Itália, "Scrittori Brasiliani", organizada por Giovanni Ricciardi.

Com isso, "Poesia.Br" se firma como a seleção de maior abrangência histórica da poesia produzida no país, já que trata também, no último volume, de poetas dos anos 2000, como Angélica Freitas, Fabiano Calixto e o colunista da Folha Fabrício Corsaletti.

Os volumes intermediários abrangem o período colonial, o romantismo e o pós-romantismo, o modernismo, a poesia dos anos 1940 e 1950 e, em volumes isolados, aquela produzida, década a década, a partir dos anos 1960.

Divisão similar -sem os cantos ameríndios- teve a coleção "Roteiro da Poesia Brasileira", lançada em 15 volumes de 2006 a 2011 pela Global, sob direção de Edla van Steen e com cada volume a cargo de um especialista.

O projeto de Sergio Cohn se destaca pela ambição: o poeta e editor dedicou seus últimos dois anos, sozinho, ao que chama de "uma cartografia da poesia brasileira".

SITE

"Poesia.Br" surgiu em 2010 de um projeto elaborado pelo Ministério da Cultura, orçado em R$ 1,5 milhão, que incluiria um portal sobre poesia e eventos. Com a troca de comando no ministério, o projeto foi cancelado, no início de 2012, sem nenhum valor desembolsado.

Cohn resolveu continuar sozinho. A ideia do site foi abortada, e, com isso, a possibilidade de ser um trabalho colaborativo. Mas o poeta diz que, justamente por ter começado a fazer o recorte com um olhar "oficial", evitou personalizar demais as escolhas.

Cada volume traz entre 15 e 30 poetas, o que obrigou Cohn, como todo antologista, a fazer escolhas difíceis. Até poetas presentes na seleção, como Ademir Assunção (anos 1990), Claudio Willer (anos 1960) e Augusto de Campos (anos 1940-1950) -de quem foi emprestado o título no alto desta página- preferem não comentar a obra.


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