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Filme 'O Bandido da Luz Vermelha' é inspiração para álbum do Tetine

Em 'In Loveland with You', duo paulistano aborda temas do longa de 1968 com olhar atual

Projeto começou com performance da dupla em 2011, que teve participação da atriz do filme, Helena Ignez

MIGUEL MARTINS COLABORAÇÃO PARA FOLHA

A vida de João Acácio Pereira da Costa foi interpretada tão livremente por artistas brasileiros que sua verdadeira história pode ser menos conhecida do que a ficção.

A começar pelo clássico do cinema marginal "O Bandido da Luz Vermelha" (1968), de Rogério Sganzerla, que transformou o criminoso especialista em roubos de mansões luxuosas nos anos 1960 em herói trágico.

A trama fictícia já havia inspirado uma música --"Rubro Zorro", lançada pela banda paulistana Ira! em 1988--, mas agora serve de base para todo um LP --"In Loveland with You", novo lançamento da dupla brasileira radicada em Londres Tetine.

No novo disco, o duo formado em São Paulo em 1995 por Bruno Verner, 41, e Eliete Mejorado, 45, amplia uma proposta que começou a ser desenvolvida em 2011, em performance apresentada por eles no Sesc Vila Mariana.

Para a ocasião, a dupla-casal compôs a canção "O Bandido" (presente no novo álbum) e fez uma espécie de trilha sonora ao vivo para o filme de Sganzerla --complementada com faixas de álbuns anteriores do Tetine, como "Voodoo Dance and Other Stories" (2011) e "From a Forest Near You" (2010).

A apresentação teve a participação de Helena Ignez, protagonista do longa. "Fizemos O Bandido' especialmente para a Helena, foi a nossa declaração de amor", conta Bruno Verner. "Achamos que O Bandido da Luz Vermelha' é o maior filme brasileiro de todos os tempos."

A partir da admiração, o duo abordou no novo álbum temas caros ao longa, como marginalização e subdesenvolvimento, mas emprestando a eles um olhar atual.

"Falamos da falência emocional e espiritual no pós-capitalismo", explica Verner. "Tem a ver com o aquecimento global, com as guerras, com a tecnologia, com a indústria dos remédios... É um bangue-bangue em 2013."

No disco, órgãos dissonantes e baixos suingados são a base para o duo desenvolver seu "spoken word" --vocais que parecem mais com declamações poéticas.

Produzido por Bruno Verner em Londres, o disco foi lançado pelo selo do próprio Tetine, Slum Dunk, nome inspirado em um programa de rádio que era apresentado pela dupla na capital inglesa.

Mais multiartistas que músicos, o casal mistura arte performática, vídeo e poesia em seus shows. A inspiração para maneiras tão diversas de expressão vem de eventos banais do cotidiano.

"Ir à lavanderia, passar aspirador de pó, arrumar a casa ou se embebedar podem ser um mote", diz Verner.


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