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Conselho faz plano para blindar TV Cultura

Plataforma traz medidas para proteger emissora da interferência de 'governos com menor compreensão de seu papel'

Abrir espaço para 'outros agentes do mercado' e aumentar parceria com empresas são itens do programa

SILVANA ARANTES DE SÃO PAULO

O Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (mantenedora da TV Cultura) decidiu aproveitar o processo de eleição de seu próximo presidente para tentar blindar a TV da "interferência por parte de governos que tenham menor compreensão do papel que a fundação exerce na sociedade brasileira".

De acordo com um documento recém-formulado pelo conselho, o antídoto à interferência seria o fortalecimento das receitas e da qualidade da programação da Cultura --o que resultaria, na visão dos conselheiros, no aumento de prestígio da TV pública junto à sociedade.

O novo presidente da fundação será eleito em 13 de maio. Marcos Mendonça, que presidiu a fundação entre 2004 e 2007, é o único candidato que por ora anunciou sua inscrição (o prazo termina em 6/5). Segundo conselheiros, Mendonça é o nome escolhido pelo governador Geraldo Alckmin.

As sugestões do conselho para a nova administração foram consolidadas numa "Plataforma de Diretrizes para o Planejamento Estratégico e para a Gestão da Fundação Padre Anchieta", que consta de 21 itens e à qual a Folha teve acesso.

No texto, os conselheiros apontam que a produção da TV opera hoje segundo um "modelo restrito e estagnado, limitado ao interior dos muros da fundação" e preconizam sua substituição por outro "aberto a todos os meios e parcerias" com "outros agentes do mercado audiovisual nacional".

A plataforma estabelece ainda que a TV abra espaço para produtores de conteúdo para o YouTube e mídias sociais, como Twitter e Tumblr.

Quanto ao objetivo de ampliar as receitas da fundação, que tem para este ano orçamento de R$ 159 milhões, a recomendação é que o presidente tenha "atitude proativa".

Os conselheiros sugerem ainda que o futuro dirigente explore "potenciais sinergias entre a vocação da TV pública para abordar com maior profundidade e credibilidade temas de interesse social e a crescente necessidade de empresas e marcas de se associarem a causas cidadãs".

O documento deixa claro que o conselho pretende cumprir com mais rigor a obrigação definida em seu estatuto de "fixar diretrizes gerais de programação".

A eleição do dia 13 de maio inclui também o cargo de presidente do Conselho Curador, que é composto de 47 membros. Conselheiros ouvidos pela Folha avaliam que a tendência é a reeleição do advogado Belisário dos Santos Jr. para a função.


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