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Grupo criado por Grotowski faz mostra de peças em São Paulo

Polonês se notabilizou por criar espetáculos com pouco cenário

GUSTAVO FIORATTI DE SÃO PAULO

Não é exatamente um foco de resistência hippie na Itália. Mas o centro de estudos Workcenter, fundada por Jerzy Grotowski e dirigida por Thomas Richards, não se esqueceu de algumas bandeiras do discurso libertário.

Os fundamentos da companhia que o polonês Grotowski (1933-1999) criou em 1986 em Pontedera, na Toscana, como será possível ver no programa em cartaz no Sesc Consolação até o dia 19, embebe-se de sentidos políticos diversos: o repertório tem olhar para raízes raciais e os processos de criação estabelecem-se em um campo de respeito quase espiritual à voz do intérprete.

Ao falar sobre o trabalho da casa em entrevista à Folha, Mario Biagini, um dos diretores do centro, diz que "técnica é algo que não existe mais como algo que se possa aprender em um livro ou em um workshop". Para ele, "a única técnica possível hoje é aquela que você cria para você mesmo."

Assim, a pesquisa do Workcenter dá prosseguimento ao legado de Grotowski, que ficou conhecido internacionalmente pela criação do chamado "teatro pobre". Nas criações do polonês, gesto e voz ganham potência, elaboração cenográfica e figurinos são minimizados ou mesmo eliminados da cena.

Depois de sua morte, a principal atualização da obra da companhia, diz Biagini, reside na relação palco-plateia, com o espectador cada vez mais próximo.

SALA DE ESTAR

Em "Canções de uma Festa Elétrica", que foi apresentado no hall do Sesc na quarta e na quinta, os intérpretes cantavam Jim Morrison e Bob Dylan enquanto percorriam o espaço entre as cadeiras ocupadas pelo público.

Com exibição aos sábados e domingos --até o dia 12--, "The Living Room" foi concebida pelo diretor Thomas Richards para ocupar uma espécie de sala de estar, com sofás e poltronas cercando todo o espaço cênico.

A oferta de quitutes e de bebida confere à peça um clima intimista, e o repertório musical também se debruça sobre cânticos de origem africana. A ver como ficará a adaptação para o palco italiano.

"I Am America" é a que melhor se adequa ao Teatro Anchieta. O espetáculo é baseado em composições musicais e textos do poeta americano Allen Ginsberg (1926-1997).


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